Nos últimos anos, a Bahia vem se destacando nacionalmente devido ao grande potencial para geração de energia elétrica a partir das fontes renováveis. A capacidade instalada através das fontes hídrica, biomassa, e, principalmente, solar e eólica já representa 88% da matriz elétrica do estado. Na energia solar, o território baiano possui a maior capacidade instalada para produção energética a partir da fonte fotovoltaica no Brasil. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), são 608 MW de potência distribuídos em 26 parques em operação comercial. Essa potência tem uma estimativa de atender cerca de 680 mil domicílios. O número ganhou relevância principalmente nos últimos dois anos. Nesse período, 24 empreendimentos entraram em atividade com 606 MW de potência. Ou seja, 99,6 % da capacidade atual para geração de energia a partir do sol na Bahia foi adquirida entre junho de 2017 e dezembro de 2018, através de leilões. Um investimento de R$ 3,1 bilhões.
A eólica também é fonte de produção de energia com relevância no estado. De acordo com os dados do Banco de Informação de geração (BIG), disponibilizado pela ANEEL, a Bahia tem a segunda maior capacidade instalada do país, com um total de 3.475 MW em 135 parques em funcionamento. Essa capacidade pode fornecer energia elétrica para cerca de 8 milhões de residências. A Bahia fica atrás apenas do Rio Grande do Norte, que possui 3.722,4 MW de capacidade e 138 empreendimentos em operação comercial. Nos últimos quatro anos, o número de empreendimentos eólicos triplicou no território baiano. Entre janeiro de 2015 e novembro de 2018, 102 parques entraram em operação e adicionaram 2.634 MW de potência à capacidade instalada do estado. Nesse período, aproximadamente R$ 9,9 bilhões foram investidos.
Na Bahia, a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) é o órgão responsável pelo acompanhamento da matriz energética, incluindo fontes renováveis. O secretário de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, destaca a possibilidade de implantação de parques híbridos nos próximos anos no estado. “O Atlas Solar da Bahia trouxe dados relevantes sobre as áreas de convergência para implantação de parques híbridos com as fontes solar e eólica, que possibilitará o compartilhamento da infraestrutura de transmissão já existente ou em construção resultando na redução de custos na operação e escoamento da energia a ser gerada”, ressalta o secretário.
A primeira edição do Atlas Solar da Bahia contribui na busca pela atração de novos negócios para a geração de energia elétrica a partir da fonte fotovoltaica no estado. O material apresenta o mapeamento das áreas de maior potencial para produção de energia solar no território baiano. A pesquisa é resultado de parceria entre as secretarias estaduais de Infraestrutura (Seinfra) e de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). O Atlas foi lançado durante a II Campus Party Bahia, em junho deste ano.