A queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem gerado preocupação entre aliados no governo federal, mas o petista segue resistindo a mudanças sugeridas por sua equipe de comunicação. Segundo apuração da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Lula tem ignorado orientações de Sidônio Palmeira, secretário de Comunicação Social, o que tem dificultado o trabalho de reposicionamento da imagem presidencial.
Embora a relação entre Lula e Sidônio seja considerada boa nos bastidores, fontes próximas afirmam que o presidente é avesso a qualquer tentativa de controle sobre sua agenda de comunicação. Uma das frases mais ouvidas por interlocutores do governo é que “Lula não gosta que ninguém mande nele”.
De acordo com aliados, a resistência de Lula se dá principalmente quando as sugestões envolvem maior exposição nas redes sociais. A estratégia de Sidônio inclui intensificar a presença digital do presidente, adaptando conteúdos ao público das plataformas.
Lula, no entanto, tem recusado a ideia de adotar um tom mais leve ou performático. “Não quero virar um tiktoker”, teria afirmado o chefe do Executivo, segundo relatos. A preferência dele segue sendo a participação em debates amplos sobre temas de interesse nacional.
A situação preocupa a base aliada, principalmente diante dos índices das últimas pesquisas de opinião. Levantamentos recentes indicam que a aprovação do governo, medida entre os que consideram a gestão como ótima ou boa, está abaixo de 40%. Já a rejeição supera a marca dos 50%.
A equipe de comunicação tenta encontrar um meio-termo para atender aos desejos de Lula e, ao mesmo tempo, melhorar sua percepção junto ao eleitorado, principalmente entre os mais jovens e nas redes sociais.