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Moradores da Suíça poderão receber R$ 9 mil por mês sem fazer nada

4 junho 2016 | 20:27

"A Suíça está em uma situação única. Não temos pobreza nem desemprego", disse porta-voz. Foto: Divulgação

“A Suíça está em uma situação única. Não temos pobreza nem desemprego”, disse porta-voz. Foto: Divulgação

Já imaginou receber todos os meses cerca de R$ 9.000 (2.500 francos) do governo sem ter que fazer absolutamente nada? Sem trabalhar ou se esforçar, apenas receber o dinheiro? Essa é a proposta que foi levada a um plebiscito público na Suíça neste sábado (04). Os eleitores do país europeu, que tem pouco mais de 8 milhões de habitantes, vão decidir se desejam mudar o sistema social implementando uma renda mínima universal para todos os cidadãos, independentemente da riqueza de cada um. O valor substituiria outros subsídios e seria distribuído para todos os cidadãos e residentes no país. Para as crianças, o valor seria de R$ 2.270 (625 francos). “A Suíça está em uma situação única. Não temos pobreza, não temos desemprego e é realmente por isso que possuímos aqui a oportunidade de debater o revolucionário conceito de renda universal”, avalia o porta-voz do movimento pela renda mínima, Che Wagner, em entrevista à BBC Brasil. Segundo informações da BBC Brasil, a Suíça passaria a ser a primeira sociedade a desfrutar da prosperidade gerada pelo “dividendo digital”, afirmam apoiadores do projeto.

A noção defendida por eles é de que a desassociação entre trabalho e renda será inevitável no futuro, pois cada vez mais a tecnologia está substituindo a atividade humana em países desenvolvidos. Ainda de acordo com esse pensamento, a Suíça deveria se adiantar a essa tendência e libertar a capacidade humana das obrigações econômicas como meio de garantir “segurança e liberdade” aos seus cidadãos. “Robôs absorvem cada vez mais trabalho. É agora nosso dever reorganizar a sociedade de modo que a Revolução digital dê a todos uma vida digna: atividades de própria escolha e que façam sentido”, afirmam os defensores da causa em um documento explicativo enviado aos eleitores. “Produzimos três vezes mais do que conseguimos consumir (…), mas isso não está acessível a todos. A renda mínima é um direito nesse contexto. Por que não tornar a riqueza acessível a todos?”, questiona Che Wagner.