Doze anos. Esse foi o intervalo entre as duas medalhas de ouro olímpicas do vôlei masculino do Brasil. De Barcelona-1992 até Atenas-2004. Intervalo se repetiu para a terceira conquista. Doze anos após a o ouro na Grécia, a seleção masculina voltou a ocupar o lugar mais alto do pódio. Neste domingo, a equipe comandada pelo técnico Bernardinho venceu a Itália por 3 sets a 0, parciais de 25/22, 28/26 e 26/24, e conquistou o seu terceiro título numa Olimpíada. Especial. Na Olimpíada do Rio.
Uma conquista com a marca da força da superação. Quando teve início a Rio-2016, a medalha de ouro parecia algo distante da seleção masculina de vôlei. Desde o primeiro set, diga-se, cedido à fraca seleção do México – foi a única parcial vencida pela seleção do Norte da América nos Jogos. Não foi só isso. Nos dois principais jogos da primeira fase, derrotas para Itália e Estados Unidos, ambas por 3 sets a 1. Quedas que deixaram o time precisando da vitória na última rodada, contra a França, para evitar a eliminação. Superação coletiva e individual.
Se nos mata-matas que o Brasil encontrou o seu melhor voleibol, foi porque o time encontrou o seu melhor encaixe. Mais do que nunca, o time mostrou uma entrega em conjunto. E passou por cima das adversidades. Como aconteceu com Lucarelli e Lipe. Os dois sentiram na partida contra a Argentina, nas quartas de final. Não fugiram à luta. Estavam na quadra dois dias depois, para superar a Rússia e chegar à final. Com o time atuando no mesmo ritmo, os destaques individuais começaram a aparecer. O principal deles, certamente, Wallace. Nos mata-matas, o oposto foi um gigante. Com a confiança em alta, teve um aproveitamento absurdo nos ataques. Não por acaso, coube a ele o último saque. O saque do ouro, conquistado num bloqueio.