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Violência contra mulheres é discutida com extensa programação na Bahia

28 novembro 2016 | 18:11

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

O enfrentamento à violência, principalmente a contra as mulheres, é o mote de uma programação criada pelo Coletivo de Entidades Negras (CEN), com apoio do Instituto Avon e da Prefeitura de Salvador. São os ‘21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres’, que teve início em 20 de novembro e vai até 10 de dezembro. Desde o último dia 25, por exemplo, o maior símbolo de Salvador, o Elevador Lacerda, teve a sua iluminação alterada para a cor laranja (cor da campanha) em solidariedade à luta pelo enfrentamento a todas as formas de violência sofridas pelas mulheres. Há uma ação mundial com o mesmo tema, mas são apenas 16 dias de programação. A data de início, Dia Nacional da Consciência Negra, teve a intenção de evidenciar a violência sofrida pela população negra e, em especial, pelas mulheres negras. “Quanto mais invisível for a violência, mais difícil dela ser identificada e mais prejudiciais e profundos são os danos causados por ela. Por isso, não podemos partir da premissa de que apenas apontar o erro já é suficiente para provocar uma mudança de comportamento. Precisamos que as pessoas sejam protagonistas e passem a reconhecer que existe um problema que é de todos nós e só pode ser enfrentado com mudanças de atitude”, afirma a coordenadora de projetos do Instituto Avon, Mafoane Odara.Para esta ação, um conjunto de atividades está sendo oferecido, envolvendo a sociedade civil, o aparato da segurança pública (Polícia Militar e Sistema Penitenciário), Universidades Públicas e órgãos do Legislativo e do Executivo. Conforme dados de pesquisas realizadas no Brasil, uma mulher morre a cada 15 minutos; de cada quatro mulheres uma sofre violência doméstica no país e; a cada 15 segundos, uma mulher é atacada. Mas essa violência também tem raça. Segundo dados do Ligue 180, dos relatos de violência em que foi informada a cor da vítima, 59,71% foram cometidas contra mulheres negras. O que só comprova que muito embora a violência acometa a todas as mulheres, são as mulheres negras as que mais sofrem violências, o que levou o CEN realizar esta ação. No último sábado (26), por exemplo, a Coordenadora de Gênero do CEN, lraildes Andrade, discorreu sobre a violência psicológica, assédio moral e violência patrimonial em um encontro com cerca de 100 pessoas, em sua maioria homens, no Centro de Saúde 7 de Abril. “Mulheres sofrem quando tentam fazer uma denúncia, são desanimadas pela atitude de alguns profissionais, então precisamos falar sobre isso”, enfatiza Iraildes.

Confira abaixo a programação e participe:
28/11 – Penitenciária Feminina (13h)
29/11 – Campanha Laço Branco (BPM) (8h)
30/11 – Intervenção em Simões Filho (Fábrica AVON) (Manhã)
01/12 – Atividade na UFBA (15h)
02/12 – Intervenção na UFBA (Reitoria, Praça das Artes, Praça das Gordinhas e Monumento a América Latina) / Ação no dia do Samba (Só Samba de Roda) (Fim da tarde)
05/12 – Roda de diálogos sobre Racismo e Gênero – OAB (9h)
Campanha Laço Branco (BPM) com os comandantes dos batalhões (18h)
07/12 – Atividade com a Juventude em Lauro de Freitas (18h)
09/12 – Intervenção na Estação da Lapa (Manhã/Tarde)