O papa Francisco criticou a sonegação de impostos e evasão de divisas. De acordo com o pontífice, os crimes, além de atos ilegais, “negam a lei fundamental da vida: o socorro recíproco”. Francisco fez o discurso, no qual criticou o capitalismo e os crimes financeiros, neste sábado (4) durante encontro com mil pessoas que promovem a “Economia da Comunhão” (EdC), movimento criado no Brasil. De acordo com a Agência Ansa, a EdC é uma filosofia de modelo de negócios que prega o fim das injustiças sociais. “O ‘deus da sorte’ tem sido cada vez mais a nova divindade de uma certa finança e de todo o sistema que está destruindo milhões de famílias no mundo”, disse o líder católico. “O dinheiro é importante, sobretudo quando não não temos ele, e dele dependem a comida, a escola, o futuro dos filhos. Mas ele ele vira ídolo quando se torna a principal finalidade”, argumentou. A EdC surgiu em 1991, fundada pela italiana Chiara Lubich, que ficou impressionada com a desigualdade social durante uma viagem ao Brasil. Em maio de 1991, Lubich convidou empreendedores a criarem empresas que, seguindo as regras do mercado, servissem ao bem comum nas comunidades da capital paulista. O encontro com o Papa reuniu 1,1 mil pessoas de cinco continentes, inclusive do Brasil. Mais de R$ 539 bilhões foram sonegados no Brasil em 2016, segundo estimativa do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional. A sonegação de impostos, segundo a entidade, financia a corrupção. Levantamento divulgado no mês passado pela organização não-governamental (ONG) Transparência Internacional aponta que o Brasil fechou 2016 ocupando o 79º lugar num ranking sobre a percepção da corrupção no mundo, composto por 176 nações.