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Correção: Irmãos Joesley e Wesley têm permissão para manter contato

8 fevereiro 2017 | 12:13

Foto: Divulgação

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Brasília – Ao contrário do que foi publicado na edição desta terça-feira (07) de O GLOBO, o empresário Joesley Batista, presidente do grupo J&F, poderá manter o contato com o irmão Wesley Batista, presidente do grupo JBS. A permissão estava na petição do Ministério Público Federal enviada nesta segunda-feira à Justiça. Nela, o procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, pede que seja cancelado o acordo que manteve Joesley no cargo de presidente do grupo J&F e que ele seja proibido de manter contato com nenhum outro investigado nas Operações Greenfield, Sépsis e Cui Bono da Polícia Federal. Segundo o procurador, o empresário teria violado o princípio da boa fé e, por isso, teriam de ser restabelecidas as medidas restritivas que foram pedidas acatadas inicialmente pela Justiça no âmbito da Operação Greenfield, que apura crimes contra Fundos de Pensão, FGTS e Caixa Econômica Federal. Entre os motivos listados pelo MPF está a descoberta de indícios da prática de atos ilícitos por parte de Joesley e do diretor presidente da Eldorado Celulose, José Carlos Grubisich Filho, para esconder irregularidades cometidas à frente da Eldorado Celulose.

A Eldorado teria contratado apuração independente da Ernest & Young e a Veirano Advogados para, em vez de apurar as irregularidades, legitimar práticas ilegais como o pagamento de R$ 37,4 milhões da Eldorado para as empresas Viscaya e Araguaia, de propriedade de Lúcio Funaro, que está preso em Brasília a responde a várias investigações. “A equipe de auditoria contratada pela Eldorado buscou, de todas as formas, trazer uma aparência de transparência e legalidade para as referidas operações financeiras, aduzindo ser impossível inferir uma correlação entre pagamentos realizados pela Eldorado às empresas de Lúcio Funaro e a concessão do financiamento ou quaisquer vantagens em favor da companhia”, afirma um dos trechos do documento.

O procurador ainda requereu o bloqueio das ações pertencentes a Joesley na holding J&F, por meio de comunicação oficial à CVM, a Comissão de Valores Mobiliários. Quer o bloqueio dos bens, ativos, contas bancárias, títulos mobiliários e investimentos pertencentes a Joesley e Grubisich no montante suficiente para recompor em R$ 3,8 bilhões: prejuízo dos Fundos de Pensão, o FGTS e a Caixa Econômica Federal. Joesley e Grubisich também não deveriam exercer qualquer cargo ou função de direção em empresa ou grupo empresarial da holding J&F. Eles não poderão _ se a Justiça decidir favoravelmente ao pedido do MPF _ ausentarem-se das cidades de seus respectivos domicílios, salvo com prévia autorização judicial. Os passaportes devem ser apreendidos.

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O MPF ainda pediu o afastamento cautelar de toda a Diretoria da Eldorado Brasil S.A., até o final da investigação criminal. E quer que a diretoria provisória seja indicada exclusivamente pelos conselheiros representantes da Funcef e Petros no Conselho de Administração da mencionada empresa. Em nota, o escritório Veirano Advogados disse que foi contratado pelo Conselho de Administração da Eldorado Brasil Celulose para averiguar alegações envolvendo a Eldorado no contexto de duas ações cautelares propostas pelo Ministério Público Federal, que resultaram nas operações denominadas “Operação Sepsis” e “Operação Greenfield”. O trabalho, disse o escritório, “foi conduzido sempre nos termos e nos limites do mandato que foi conferido ao escritório pelo Conselho de Administração da Eldorado”. O escritório destacou ainda que “não representa outras empresas do grupo J&F, tampouco qualquer de seus executivos. O Conselho de Administração da Eldorado sempre esteve informado sobre a forma pela qual o trabalho foi conduzido. As conclusões do trabalho foram apresentadas ao Conselho de Administração da Eldorado, tendo o escritório se colocado à disposição de todos os integrantes do Conselho de Administração para prestar esclarecimentos. O trabalho foi conduzido com a independência e a ética que sempre pautaram a atuação do escritório”.

Também em nota, a Ernst & Young afirmou que “foi contratada para prestar serviços profissionais de investigação forense para a Veirano Advogados Associados relacionados à apuração interna realizada na Eldorado Brasil e Celulose S.A, no contexto das operações Greenfield e Sepsis”. Os serviços executados compreenderam a análise de dados e fatos históricos para a elaboração de um Relatório Factual, disse a companhia. A empresa ressaltou ainda que “os trabalhos da Ernst & Young foram realizados no limite do escopo contratado, com independência e ceticismo profissional”. “Desta forma, a Ernst & Young repudia veementemente as ilações veiculadas que evidenciam falta de conhecimento do escopo e produto do trabalho executado. A consultoria também reforça que está à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários às autoridades competentes”, concluiu a empresa. MPF pede que irmão de dono da Friboi se afaste de empresas.

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