A vontade de estudar medicina surgiu depois de uma visita à área oncológica do Hospital Dom Pedro de Alcântara no ano passado. Desde então, Lucas Costa Lins, 20 anos, ex-aluno da Rede Municipal de Educação, focou no objetivo de ingressar na Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS. No último vestibular, Lucas foi aprovado em 2º lugar em Medicina. O vestibular foi bastante concorrido. Mais de 7 mil estudantes tentaram este ano uma vaga em Medicina na UEFS, o que implica numa concorrência de 233 candidatos para cada vaga, uma das maiores da história da universidade.
O jovem se aventurou também por outras universidades, em seis cursos diferentes, o que só potencializou o seu desempenho: ficou em 1º lugar em Engenharia Florestal na Universidade de São Paulo – USP; foi aprovado em Odontologia e Direito na Universidade Federal da Bahia – UFBA; na UEFS, ele se classificou ainda para cursar Química; e na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, foi convocado para Enfermagem e para o bacharelado em Exatas. As classificações de Lucas, obtidas na cota para alunos oriundos de escola pública, de maneira alguma desmerece o desempenho do estudante, explica a professora Amali Edeangelis Mussi, pró-reitora de Graduação da UEFS. “Estes estudantes enfrentam sua própria concorrência, já que aproximadamente 50% dos candidatos são oriundos da rede pública. Além disso, a nota de corte – nota mínima para a aprovação – é a mesma para todos, então, a aprovação não é fácil, ainda mais nos cursos tão concorridos, como é o caso de Medicina”, pondera Amali. O professor Rubens Pereira, membro da Comissão Permanente de Acesso ao Ensino Superior, também da UEFS, diz que o ‘score’ – número de acertos na prova – de todos os candidatos aprovados em Medicina “é historicamente tão alto que permitiria o ingresso dele em qualquer outro curso da universidade, inclusive nos mais concorridos”, avalia.