Assim como existem datas para homenagear pais e mães, o Dia dos Avós, comemorado em 26 de julho, tem a mesma finalidade de lembrar da família. A data foi estipulada pelo papa Paulo VI, no século 20, em homenagem aos pais de Maria, mãe de Jesus, chamados Ana e Joaquim. Os personagens bíblicos foram canonizados no século 16 pelo papa Gregório VIII por serem pais da mãe de Cristo e por terem concebido Maria mesmo sendo considerados estéreis. De acordo com Marina Barcellos Barbosa, psicóloga e psicoterapeuta especialista em terapia de famílias, casais e indivíduos, a posição dos avós nas famílias não é mais marcada pela exigência e pela responsabilidade de serem pais, mas pela leveza da relação. “Como diz o ditado, é ser ‘mãe ou pai com açúcar’”, lembra. Segundo a profissional, os netos trazem um novo motivo à vida dos avós, renovando energias e ciclos. “Eles têm nos avós um porto seguro, doce e experiente. É com eles que aprendem sobre a história da família e de seus pais e veem a importância do respeito aos mais velhos”, destaca. Marina aponta que, atualmente, a imagem que se tem da terceira idade mudou. “Na sociedade contemporânea, os avós têm ocupado um papel muito mais amplo, servindo como uma rede de apoio efetiva para os pais e sendo fundamentais para a formação social e afetiva das crianças”, explica. Por isso, vovôs e vovós participam ativamente da criação dos netos, já que as famílias têm necessitado cada vez mais deles para os cuidados diários das crianças. Porém, vale lembrar que os papéis e as responsabilidades são diferentes. “Não transfira as responsabilidades que são inerentes aos pais para os avós, assim como os avós precisam estar conscientes dos limites de sua interferência”, alerta a especialista.
Para uma relação saudável
Conforme a psicóloga, a relação saudável entre netos e avós é pautada por uma troca de carinho, por brincadeiras, por cuidados e aprendizagens. No Dia dos Avós, aproveite para incentivar essa relação. “Agora eles podem aproveitar o lado prazeroso e divertido dessa relação, entregar-se com mais leveza, estar mais disponíveis para brincadeiras e jogos”, afirma. Muitas vezes, por terem mais idade e experiência de vida, os avós querem que os filhos sigam seus conselhos. Nesses casos, Marina aponta que a chave para qualquer problema é a comunicação. “É necessário flexibilização de ambas as partes. Os pais também precisam estar mais flexíveis quanto a atuação dos avós e saber que eles podem querer mimar, dar mais liberdade e ser mais permissivos com os netos”, ressalta. Procure explicar para os avós o que você aceita, aquilo que é regra e que precisa ser seguido. Deixar de castigo, dar broncas e exigir comportamentos é função dos pais. “Os avós também precisam estar conscientes da sua importância na formação e educação das crianças, mas com a ressalva de ocuparem um papel diferente e menos rigoroso”, aponta Marina.