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PF apreendeu R$ 800 mil com alvo da Offerus; prefeitos tinham ‘mesada’ de R$ 50 mil

21 agosto 2018 | 13:29

Foto: Divulgação

A Polícia Federal apreendeu R$ 800 mil em espécie nos endereços – R$  710 mil na casa de praia –  do empresário de prenome Alex, alvo da Operação Offerus, deflagrada nesta terça-feira (21) e que culminou com o afastamento dos prefeitos de Ipirá, Marcelo Brandão (DEM), e Pilão Arcado, Afonso Mangueira (PP). De acordo com a PF, os dois prefeitos foram flagrados recebendo propina do esquema que desviava recursos do transporte escolar. Além dos dois municípios, a PF e a Controladoria-Geral da União investigam o funcionamento do esquema nas cidades de Alagoinhas, Casa Nova, Conde e Jequié. “Para executar esses serviços eles superfaturavam o contrato, terceirizava integralmente a execução do serviço para motoristas locais e, excluído todo o valor do imposto que ele pagava, todo o restante era superfaturamento. Para cada contrato desse, o superfaturamento era de R$ 300 mil por mês, em cada município. Esses R$ 300 mil eram utilizados para pagar propinas para os prefeitos e servidores públicos”, explicou a delegada Luciana Caires. A estimativa é que os prefeitos recebiam cerca de R$ 50 mil por mês para manter o esquema em funcionamento desde o começo de 2017.

Conforme divulgado previamente, o empresário preso preventivamente é dono de uma loja de móveis no Rio Vermelho, em Salvador, e utilizava funcionários como laranjas, como se fossem sócios efetivos dessas empresas de transporte escolar. O esquema começava desde o processo de licitação, com o uso de prepostas das empresas como responsáveis pelos pregões. Segundo a PF, existem comprovantes do recebimento de recursos indevidos por Marcelo Brandão e Afonso Mangueira, incluindo vídeos e mensagens, ambas de 2017. No entanto, as imagens não podem ser divulgadas. No caso de Mangueira, o pagamento costumava ser feito em espécie diretamente ao gestor. Já o repasse para Brandão ocorria por transferência eletrônica. Os dois prefeitos, de Ipirá e Pilão Arcado, foram afastados pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, por 10 dias. As cidades ficarão sob o comando dos vice-prefeitos. 

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