Nos últimos dez anos, o consumo de água mineral cresceu progressivamente no país. Pela praticidade, mais de 65% das pessoas compram água engarrafada, o que não é diferente com os hábitos dos brasileiros. Porém, de acordo com os especialistas, esse consumo diário pode trazer alguns prejuízos para a saúde. O ambientalista João Dias, pesquisador de recursos hídricos e membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, ressaltou que a composição da água industrializada possui elementos que podem trazer malefícios para o organismo. “A água mineral possui propriedades químicas como cloreto, potássio, hidrogênio, sulfato, sódio, oxigênio e magnésio. Com temperatura entre 25°C e 27°C, o seu pH (potencial de hidrogênio), normalmente, está entre 4 e 4,5, o que não é aconselhável. O ideal é que as pessoas consumam este líquido da forma mais natural possível”, disse.
“Segundo a ciência, o pH deve ser neutro, com valor igualitário a 7. Se esse valor for inferior, a água é considerada ácida e se for superior é considerada alcalina. A água daqui de Feira é retirada e tratada diretamente da Pedra do Cavalo, através da Embasa, e é de ótima qualidade. Nas bombas de captação ainda não existe nenhum vetor de poluição e a Agência Nacional das Águas (ANA) fez uma boa avaliação da nossa barragem”, disse Dias, que também é vice-presidente de Desenvolvimento Sustentável de Feira de Santana e membro do Conselho Gestor de Preservação da área da Pedra do Cavalo, que envolve o Rio Jacuípe.
De acordo com este especialista, é importante que as pessoas filtrem ou fervam a água antes do consumo. “O recomendado é que a população filtre ou ferva essa água, antes de colocar na geladeira. Inclusive, os filtros de barros são indicados para isso. As pessoas não precisam parar de beber a água mineral, mas o seu excesso poderá causar problemas renais”, disse. “Á água mineral foi criada para ser consumida em épocas de festa, como Carnaval, Micareta, São João. Isso não é divulgado por conta do sistema capitalista, mas a sociedade deve ficar atenta. A nossa preocupação é que a contaminação que está acontecendo no Rio Jacuípe não chegue até lá”, conta João.