O Brasil pode deixar a Organização Mundial da Saúde (OMS), ameaçou Jair Bolsonaro na última sexta-feira (5). A condição para o país continuar vinculado à entidade é que ela deixe de ser “política e partidária”.
A ameaça segue os passos do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, que no final de maio anunciou que o país não teria mais relações com a OMS. Trump acusou a agência de ser subserviente ao governo chinês.
“Adianto aqui: os Estados Unidos saíram da OMS, a gente estuda no futuro. Ou a OMS trabalha sem o viés ideológico, ou a gente está fora também. Não precisamos de gente lá de fora dar palpite na saúde aqui dentro. Ou a OMS realmente deixa de ser uma organização política e partidária ou nós estudamos sair de lá”, declarou Bolsonaro.
Em entrevista em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro também comentou a decisão da entidade em retomar os estudos clínicos com hidroxicloroquina no tratamento do novo coronavírus. De acordo com informações da Folha de S.Paulo, Bolsonaro relacionou a decisão ao corte de doações ameaçado por Trump. “Só tirar a grana que começam a pensar diferente”, disse.
Os Estados Unidos são os maiores doadores da OMS, responsáveis por cerca de 15% do orçamento da entidade apenas em 2019. Trump destinou, em 2019, US$ 400 milhões, o equivalente a R$ 2,06 bilhões à entidade.