A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) deverá iniciar em abril a produção local da matéria-prima para as vacinas desenvolvidas com o laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford. A iniciativa é parte do acordo de transferência de tecnologia firmado para desenvolvimento integral da vacina no Brasil.
Em entrevista à CNN Brasil nesta segunda-feira (18), o infectologista e pesquisador Julio Croda afirmou que essa medida é importante, porque a maioria das doses contratadas pelo Ministério da Saúde são, justamente, da Fiocruz. A vacina da AstraZeneca/Oxford teve uso emergencial aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no domingo (17), mas a autorização foi concedida para a importação de 2 milhões de doses já prontas de vacinas produzidas na Índia.
Produção local da vacina da AstraZeneca depende do envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). O insumo vem do exterior, principalmente da China, que produz a matéria-prima utilizada.
Também à CNN Brasil, a pesquisadora Margareth Dalcomo, da Fiocruz, informou que a instituição tem um “plano B”, caso o material não chegue no tempo esperado.
“Caso não chegue até dia 25, há um contrato que prevê que a AstraZeneca, responsável por esse processo, terá de nos fornecer doses prontas. Estamos com a linha de produção completamente pronta para dar início. Precisa ter o ingrediente, a matéria-prima. Não podemos fazer nada sem ter a IFA chegada do exterior”, disse.
A expectativa da Fiocruz é entregar o primeiro milhão de doses até os primeiros dias de fevereiro e posteriormente 15 milhões de doses por mês. O primeiro semestre deve ser encerrado com 110 milhões de doses entregues ao Ministério da Saúde.