O chamado lockdown, termo em inglês usado para descrever o fechamento total de regiões a fim de obrigar as pessoas a ficarem em casa, pode ser aplicado na Bahia caso os números de infectados e mortos pela Covid-19 continuem crescendo descontroladamente.
De acordo com o governador Rui Costa (PT), a estratégia de decretar toque de recolher a partir de sexta-feira (19) foi uma antecipação para que essa medida mais dura seja evitada, mas que ele não descarta enrijecer ainda mais as ações contra o novo coronavírus.
“Lockdown não foi pensado de imediato porque ainda não estamos na situação de pré-colapso. O que estamos é em uma curva muito ascendente da doença. Com 74% ou 73% de ocupação. Nós ainda temos uma margem de leitos para oferecer à população, mas não queremos chegar no ditado de que só atua depois do leite derramado.
Estamos nos antecipando e fazendo um grande alerta de que a doença voltou com muita força. Se ao longo desses sete dias a situação não melhorar, vamos progressivamente mudando o horário do toque de recolher ou adotando outras medidas”, disse em entrevista à TV Itapoan nesta quarta-feira (17).
Com o toque de recolher das 22h às 5h, segundo Rui, o foco é inibir a realização de festas durante a madrugada. Ficou estabelecido que quem descumprir a determinação do Estado será indiciado criminalmente, contudo profissionais que estiverem trabalhando estarão liberados para transitar durante o período.
“O impacto na vida econômica das pessoas é mínimo, mas vai alcançar aquelas pessoas que mais provocam contágio, que são relações associadas a bebidas, encontro em bares, paredões nas ruas – seja de classe média ou em bairros populares. Essa é a medida inicial, para dar um choque de alerta, para as pessoas voltarem a ter o comportamento que o baiano teve ao longo da pandemia, usando máscaras, se cuidando.
O perigo está aí, o vírus está de forma descontrolada crescendo. E só com a participação de todo mundo vamos poder conter”, declarou o governador da Bahia.
Evitando tais aglomerações, ele espera controlar o avanço da doença na Bahia. Em sua análise, os números podem ter voltado a crescer rapidamente devido ao surgimento de variantes do novo coronavírus, bem como pelo descuido da população com os cuidados.
“O que não podemos permitir de forma nenhuma é pessoas busquem um leito de hospital e não tenha mais vagas. Aí vai ser desespero. Não vamos permitir que isso aconteça na Bahia. Estamos vivendo a maior pandemia que a humanidade já passou nos últimos 100 anos. E não pode ter bares lotados, festa no meio da rua.
Pessoas têm que ter o mínimo de empatia pela vida humana. É uma medida inicial que visa coibir abusos de aglomerações vinculada a consumos de bebida alcoólicas na madrugada. E com isso reduzir a contaminação. Mas se não for suficiente, ao longo dos dias, poderemos ir adotando outras medidas”, reforçou.