Retirado do comando da Polícia Federal do Amazonas, Alexandre Saraiva foi alvo de mensagens trocadas entre madeireiros investigados pela corporação. Ele foi chamado de “alvo a ser abatido”.
As mensagens mostram como os madeireiros almejavam o delegado fora do cargo. Assim que assumiu o posto de diretor-geral da PF, Paulo Maiurino retirou Saraiva do cargo. Em 2 de setembro de 2019, o investigado Roberto Paulino encaminhou uma foto do superintendente a um interlocutor de nome Guga. “Alvo a ser abatido”, escreveu ele.
“A frase indica que todas as possibilidades para remover o superintendente da Polícia Federal no Amazonas estão sobre a mesa, em outros termos, caso as vias políticas e/ou judiciais e disciplinares não surtam efeito, não está descartado o uso da violência”, disse a PF.
Outra conversa de Paulino, essa com Humberto Jacob de Barros Oliveira, também expõe o descontentamento com o delegado e a vontade de tirá-lo do posto. No diálogo, eles falam da necessidade em pedir ajuda a uma pessoa de nome Júlio para a tarefa, ele seria representante dos madeireiros.
“Tem que pedir para o Júlio tirar esse cara daqui. Urgente”, escreveu Paulino. “Ele vai quebrar todos”, respondeu Humberto. As conversas integram o inquérito da operação Arquímedes, responsável pela apreensão de 444 contêineres com madeira ilegal. As informações são da Folha.