O Brasil é o novo país-sede da Copa América. Após reunião emergencial nesta segunda-feira (31), a Conmebol decidiu por transferir para cá a realização do torneio, que seria inicialmente na Colômbia e na Argentina.
Pesou a favor do Brasil a expertise da organização da última Copa América, em 2019 (vencida pela Seleção). Além disso, outro argumento utilizado foi o fato do país ter mais estádios em boas condições para os jogos das equipes nacionais sul-americanas.
De acordo com a confederação, as datas de início e término do torneio estão confirmadas — 11 de junho e 10 de julho. As cidades-sedes e a tabela de jogos serão confirmadas “nas próximas horas”. A Conmebol estuda a possibilidade de fazer a final no Rio de Janeiro.
Houve uma consulta nesta segunda-feira (31) ao governo federal, que deu sinal verde para o torneio. A entidade agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro e à CBF por “abrir as portas desse país” para o “evento esportivo mais seguro do mundo”.
Até o início da reunião, a possibilidade de o Brasil organizar o torneio era descartada tanto pela CBF quanto pela Conmebol. Mas ao longo do encontro mencionou-se que o país tem estádios de Copa do Mundo que estão ociosos, como Mané Garrincha em Brasília, Arena da Amazônia, Arena Pernambuco e Arena das Dunas em Natal.
A ideia é colocar um grupo para jogar em Manaus e Brasília, o outro nos dois estádios do Nordeste. O Campeonato Brasileiro não será interrompido.
A Conmebol havia anunciado no domingo que outros países tinham mostrado interesse em abrigar a competição de seleções sul-americanas. Os governos do Equador e da Venezuela enviaram propostas oficiais à Conmebol para receberem os jogos que seriam na Colômbia.
Já o Chile também tinha surgido como candidato informal para compartilhar o torneio com a Argentina. Mas como só poderia receber um grupo, a Conmebol achou melhor fazer tudo num só país, para evitar deslocamentos.
A Argentina deixou de ser sede da Copa América devido à piora da pandemia de Covid-19 no país. O ministro do Interior, Wado de Pedro, disse no domingo (30) que organizar o torneio seria inviável, principalmente em Mendoza, Córdoba, Buenos Aires, Tucumán e Santa Fé. A Argentina tem cerca de 45 milhões de habitantes, e registrou até agora mais de 3,6 milhões de casos, com mais de 76 mil mortes.
A Colômbia, por sua vez, abriu mão da Copa América devido aos protestos populares vividos pelo país nas últimas semanas. A Conmebol estimava que, sem público e sem a participação das convidadas Austrália e Catar, o torneio daria um prejuízo de US$ 30 milhões.
No mês passado, a Conmebol havia anunciado um aumento na premiação da Copa América, com o campeão passando a faturar US$ 10 milhões (cerca de R$ 57 milhões), além dos US$ 4 milhões (quase R$ 23 milhões) que cada seleção recebe por participar do torneio. Na edição anterior, disputada em 2019 no Brasil, o campeão levou US$ 7,5 milhões.
Enquanto isso, as equipes participantes do torneio começaram a se reunir na semana passada, em preparação para jogos das eliminatórias da América do Sul. É o caso da seleção brasileira, que vem trabalhando na Granja Comary desde a última quinta-feira (27). Fonte: GE