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Exame oftalmológico é principal ferramenta para prevenção de ‘doenças silenciosas’

21 maio 2022 | 0:25

Foto: Reprodução / Freepik

por Alexandre Brochado

Com a pandemia foram aprendidos cuidados diários essenciais para a prevenção de doenças. Mas quando o quesito é saúde ocular, o exame oftalmológico regular é importante para favorecer a detecção precoce de diversas doenças que são silenciosas, possibilitando cuidados específicos. O alerta é da oftalmologista e professora do curso de Medicina da UniFTC, Isabela Guerra. 

A especialista explicou, em entrevista ao Bahia Notícias, que muitas pessoas acham que ir ao oftalmologista serve apenas para troca de óculos. Porém, a visita ao médico auxilia no exame mais amplo da saúde dos olhos, inclusive para análise de doença como glaucoma, alterações na retina, como também descolamento de retina e retinopatia diabética. “Existem doenças que são silenciosas, do ponto de vista clínico, que só são detectadas através do exame do oftalmologista”, destacou Isabela. 

Além da importância do exame regular de vista, muitas pessoas não sabem que o relatório oftalmológico é um direito do paciente. Conforme a médica, toda vez que um paciente desejar ser informado o que foi feito durante o procedimento e o que foi encontrado no seu exame, ele tem o direito de pedir o relatório, e o médico tem a obrigação de fazer esse documento.

“Existem pacientes que querem esse relatório porque vieram encaminhados pelo endocrinologista para fazer o rastreio de retinopatia diabética, e geralmente fazemos o relatório e entregamos ao paciente para que ele leve para o médico endocrinologista para que saiba, do ponto de vista clínico, como está aquela retina. Outro profissional que temos costume de mandar [o documento] é o médico pediatra, que encaminha os pacientes para fazer o exame periódico e enviamos o relatório médico para que o especialista tenha noção de como está a saúde ocular dos pacientes”, apontou.

Entre os problemas que podem acometer crianças, Isabela cita o erro refracional não corrigido, que é quando a criança precisa usar óculos, mas não vai ao oftalmologista e não enxerga bem por conta daquilo, o que pode desenvolver uma ambliopia. “A ambliopia, conhecida como olho preguiçoso, geralmente por erro refrativo não corrigido, ou seja, uma hipermetropia que é muito alta, um astigmatismo muito alto, uma miopia… o cérebro não aprende a enxergar por aquele olho que está com o problema e isso é extremamente silencioso, porque a criança enxerga bem de um olho e não pelo outro olho e a criança não vai chegar e falar, por exemplo, que o olho direito não está vendo bem. Com a criança indo ao oftalmologista, o especialista consegue quantificar a visão do paciente e dizer se o paciente está com a visão reduzida”, informou. 

Como orientação, a oftalmologista recomenda que adultos façam o exame uma vez ao ano como consulta de rotina. Já crianças com menos de 1 anos de idade, além do teste do olhinho, pelo menos uma consulta a cada seis meses, e após os dois anos de idade essa consulta vai ficando mais espaçada para uma vez por ano. 

“Estamos no ‘Maio Verde’, que é o mês de conscientização do glaucoma. O glaucoma é uma das principais causas de cegueira não reversível no mundo, uma doença extremamente silenciosa. A doença é uma neuropatia crônica que vai progredindo e as pessoas vão perdendo o campo visual periférico e se não tratar pode evoluir para cegueira. Através do exame, o oftalmologista vai detectar que aquele paciente tem ali a doença ou é um suspeito de vir a desenvolver a doença. O exame oftalmológico é importante para fazer a detecção de doenças que são silenciosas e são nocivas à saúde”, ressaltou Isabela.