A Força Aérea Brasileira (FAB) se recusa a responder o número e o custo dos voos que fez até agora para transportar o presidente Jair Bolsonaro (PL) para eventos de campanha. Por lei, como está no exercício do cargo, Bolsonaro tem o direito de usar aeronaves oficiais em suas viagens para compromissos da corrida eleitoral, mas os cofres públicos têm de ser ressarcidos por seu partido, o PL.
A reportagem perguntou à FAB quantos e quais voos foram feitos para agendas de campanha de Bolsonaro, qual o custo de cada um deles e quais critérios estão sendo utilizados para a cobrança do ressarcimento.
A resposta, porém, foi evasiva, bem em linha com o que costuma ocorrer quando as Forças Armadas são indagadas acerca de assuntos relacionados ao presidente — provavelmente pelo temor de se envolverem em qualquer desgaste com Bolsonaro, elas quase sempre passam a bola para o Palácio do Planalto.
Inicialmente, a FAB informou que não conseguiria responder aos questionamentos na data solicitada. A seção de comunicação da corporação informou que os dados deveriam ser solicitados ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, que também passou a tarefa adiante.
“Em relação à reiteração de parte de sua demanda, informamos que dados mais precisos sobre o número de voos, com os respectivos ressarcimentos à União, devem ser solicitados à Secretaria de Controle Interno/SG da Presidência da República e ao próprio Partido Político”, diz o texto enviado pelo GSI. Indagada, a Secretaria de Controle Interno da Secretaria-Geral da Presidência ainda não forneceu os números.