O conflito entre Rússia e Ucrânia completa nesta sexta-feira (24) um ano. Milhares ucranianos e russos foram mortos e milhões de pessoas tiveram de deixar suas casas para tentar a vida em outros países.
A tensão entre Rússia e Ucrânia, iniciada em 2014 com a anexação da Crimeia ao território russo, foi intensificada no começo de 2022. O país do leste europeu pressionou para ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em uma tentativa de colar no bloco capitaneado, indiretamente, pelos EUA. A Ucrânia, no entanto, é considerada por Moscou como um “escudo” ao ocidente.
A desinformação atua de forma coordenada no conflito. Para se ter ideia, o número de mortos varia, dependendo da fonte, de cerca de 7 mil, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a mais de 300 mil, de acordo com fontes militares consultadas por mídias europeias.
Até o momento, os russos já anexaram – sem o consentimento do governo da Ucrânia – as regiões de Zaporizhzhya, Kherson, Donetsk e Luhansk.
Segundo informações divulgadas pelo Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), a guerra gerou a segunda maior crise de deslocamento do mundo, com cerca de 13 milhões de refugiados. Dentro do território ucraniano são contabilizados pelo menos 5 milhões de refugiados, enquanto outros países do continente europeu dão conta de outros 8 milhões.
Apesar de não atuarem diretamente na guerra, países da União Europeia como a França e Alemanha, além dos Estados Unidos, já enviaram bilhões de dólares em ajuda militar, financeira e humanitária para a Ucrânia se reforçar.
Na última quinta-feira (23), a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) voltou a pedir uma “paz abrangente, justa e duradoura” e novamente exigiu que a Rússia retire suas tropas e pare de lutar. A resolução foi aprovada com 141 votos a favor e 32 abstenções. Apenas seis países se juntaram à Rússia para votar não.
O governo brasileiro é um dos que atuam para o cessar fogo na Ucrânia. Após uma investida do presidente Lula (PT), o governo russo afirmou nesta quinta-feira (23) que avalia o pedido do petista para mediar a paz no país do leste europeu. A informação foi anunciada pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, em entrevista à agência de notícias russa Tass.
“Tomamos nota das declarações do presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação, a fim de encontrar caminhos políticos para evitar a escalada [da guerra] na Ucrânia, corrigindo erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo e considerando os interesses de todos os envolvidos”, afirmou Galuzin.