Editorial Brumado Verdade
“A verdade é, ao mesmo tempo, frágil e poderosa. Frágil porque os poderes estabelecidos podem destruí-la, assim como mudanças teóricas podem substituí-la por outra. Poderosa, porque a exigência do verdadeiro é o que dá sentido à existência humana” (CHAUI, 1995, p. 108).
A verdade é uma qualidade das próprias coisas e o verdadeiro está nas próprias coisas. Conhecer é ver e dizer à verdade que está na própria realidade e, portanto, a verdade depende de que a realidade se manifeste, enquanto a falsidade depende de que ela se esconda ou se dissimule em aparências (1995, p. 99).
Que é a verdade? Boa pergunta, da qual se têm ocupado, ao longo dos tempos, filósofos, cientistas e outros pensadores. A propósito, é bastante conhecido e significativo – notadamente do ponto de vista jurídico ou, para ser mais preciso, do ponto de vista processual penal – o diálogo entre Jesus Cristo e o governador romano Pôncio Pilatos, no qual aparece, in verbis, essa indagação deste para aquele: Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade?
Tendo dito isto, voltou aos judeus e lhes disse: Eu não acho nele crime algum. (João 18:37-38.)
Na concepção grega, a verdade se refere às coisas e aos fatos. Verdade é a l e q h i a (aletheia), que significa o não-oculto, não-escondido, não-dissimulado e, como tal, verdadeiro é o que se manifesta aos olhos do corpo e do espírito; é a manifestação do que é ou existe tal como é. O falso é pseudos, o escondido, o encoberto, o dissimulado, parece ser, mas não é como parece. Dessa forma,
A verdade é uma qualidade das próprias coisas e o verdadeiro está nas próprias coisas. Conhecer é ver e dizer à verdade que está na própria realidade e, portanto, a verdade depende de que a realidade se manifeste, enquanto a falsidade depende de que ela se esconda ou se dissimule em aparências (1995, p. 99).
Voltando para o lado de cá, existe um provérbio muito popular que diz tudo em poucas palavras, mesmo ferindo a carne do ofendido: “Quem fala a verdade não merece castigo”. Não é disseminando mentiras que você irá criar fatos, para que se torne verdade. A mentira tem perna curtas, e geralmente quem inventa são pessoas sem escrúpulos, sem ética e sem moral, são pessoas dissimuladas que visa apenas interesse próprio ou de terceiros, para tentar ocultar a verdade exposta. Na imprensa quem trabalha visando ocultar fatos em troca de propinas, não merece credibilidade, e não tem moral de emitir parecer, sem apresentar provas, palavras, são palavras e quem tem boca fala o que quer. Mas na ótica jornalística a verdade, mesmo que às vezes em meias palavras, tem que ser o foco maior do contexto, cabendo ao ofendido o direito de resposta.