Eleito presidente do União Brasil após uma disputa recheada de conflitos, Antônio Rueda defende uma postura de independência em relação ao governo, a despeito dos ministérios ocupados na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em entrevista ao jornal O Globo, o dirigente partidário também fez críticas às manifestações do chefe do Executivo contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a pauta econômica preocupa e chamou de “deselegante” a fala de Lula se referindo a ACM Neto, vice-presidente da sigla, como “Grampinho”.
“O presidente da República precisa de liturgia. Não é usando uma expressão jocosa que você vai se relacionar com o partido A, B ou C. É uma fala deselegante, no mínimo, e falta de respeito. Isso distancia. O presidente não foi feliz na forma como colocou”, disse.
O apelido — “grampinho”— faz alusão a interceptações telefônicas ilegais realizadas na Bahia quando o senador Antonio Carlos Magalhaes (ACM), morto em 2007, comandava politicamente o estado. Como é neto do falecido político e essas escutas são chamadas de “grampos”, o chefe do Executivo soteropolitano herdou o epíteto.
Rueda também defendeu o ministro Juscelino Filho (Comunicações), indiciado pela Polícia Federal por suposta participação em um esquema de desvio de emendas parlamentares.
“O presidente tem a prerrogativa de fazer o que quiser com os ministérios. Os órgãos de fiscalização têm instrumentos para verificar qualquer denúncia contra agente público. Caso a apuração indique alguma conduta danosa, tem que ser punido. Não pode condenar sem contraditório e defesa”, afirmou Rueda.