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Barraca sem vendedor comercializa produtos à base da confiança em MG

21 janeiro 2017 | 14:51

Comércio fica na beira de uma estrada na zona rural de Delfim Moreira. Ideia partiu de engenheiro aposentado que hoje trabalha no campo. ) (Foto: Reprodução EPTV/Erlei Peixoto)

Comércio fica na beira de uma estrada na zona rural de Delfim Moreira.
Ideia partiu de engenheiro aposentado que hoje trabalha no campo.
(Foto: Reprodução EPTV/Erlei Peixoto)

Um agricultor apostou no comércio à base da confiança ao montar uma barraquinha na zona rural de Delfim Moreira (MG) para vender doces, refrigerantes e, principalmente, frutas, verduras e legumes orgânicos. Placas indicam que a ideia é pegar o produto desejado e pagar na base da honestidade, já que não há ninguém tomando conta do local. Até uma caixinha foi deixada na barraca para que o cliente possa pegar o troco, se for o caso. A novidade vem atraindo a atenção de quem passa pela estrada onde está a barraquinha. “Eu achei estranho, porque é esquisito fazer um comércio na beira da estrada e deixar [sozinho]”, disse o agricultor Andrei José da Silva. “Achei isso uma coisa fascinante. Seria muito legal se essa moda pegasse”, contou o empresário Alfredo Cantelmo. O curioso é que em uma da placas afixadas pela barraca há uma que informa: “Aqui realmente ninguém está sendo filmado”. “A gente nem acreditou quando a gente passou ontem aqui e viu.

Barraca sem vendedor atrai a atenção dos clientes em Delfim Moreira (MG) (Foto: Reprodução EPTV/Erlei Peixoto)

Barraca sem vendedor atrai a atenção dos clientes em Delfim Moreira (MG) (Foto: Reprodução EPTV/Erlei Peixoto)

Voltamos hoje para constatar e comprar mais, porque no mundo que a gente vive hoje é, realmente, interessante”, contou a pedagoga Sílvia Helena Curi Silva, que passou com o marido pelo local. A ideia é de um engenheiro aposentado que passa grande parte do dia em um terreno na roça, bem de frente para a Serra da Mantiqueira. “A barraca fica sem ninguém lá, porque nesse momento que não tem ninguém lá, eu tenho que estar produzindo para vender”, explicou o, agora, agricultor, José Cláudio da Silva. “Seo” Zé Cláudio, como é conhecido na região, se considera um sonhador e disse que como já tinha ouvido falar de ideias parecidas em outros países, resolveu arriscar. “Estou vendo com bons olhos. Acredito e tenho certeza que esse é um dos caminhos para que a gente reverta a imagem de que o brasileiro é desonesto”, afirmou. A mulher de “seo” Zé Cláudio só ficou sabendo da ideia quando já estava tudo pronto, mas não acreditou muito no projeto do marido. “Eu falei: não vai rolar, não vai rolar!”, disse Maria De Fátima Pereira da Silva. Mas parece que tem dado certo. Pelo menos, todo fim de tarde o dinheiro está lá na caixinha. “Espero que apareça mais ‘Cláudio’ para que montar outras lojas como esta”, revelou o ag ricultor.