por Francis Juliano
Se você é daqueles, ou daquelas, que não resistem aos múltiplos beijos no carnaval, fique atento (a) para que a boca – e em extensão, o corpo –, não termine o circuito mal. O órgão é porta de entrada de várias enfermidades, que podem se manifestar ainda antes da Quarta-Feira de Cinzas, como também depois do reinado de momo. Existe até um nome para a doença do beijo desprotegido. A mononucleose, como é conhecida a enfermidade, é causada por vírus, e apresenta sintomas parecidos com os do herpes. Os sinais no corpo também são parecidos com os de uma gripe ou resfriado e incluem dor de garganta, febre e gânglios inchados.
O canal que transfere as enfermidades é a saliva. Para não ser pego de surpresa, o ideal é fazer o dever de casa básico de todos os dias. “A pessoa deve fazer os cuidados preventivos, como manter a boca limpa, usar fio dental e enxaguante, e verificar se não tem nenhum problema na mucosa”, informou a dentista Kamila Alves. Outras doenças podem estar associadas ao beijo carnavalesco, como sarampo, catapora, faringite, gripe, rubéola, ou mesmo doenças mais graves como pneumonia, tuberculose e meningite. A mestranda em clínica odontológica considera ainda reduzidas as campanhas de orientação sobre as consequências do hábito cada vez mais frequente e associado à festa.
“Ainda há pouco esclarecimento desses problemas em comparação a campanhas sobre Aids, que estimulam o uso de camisinhas, por exemplo”, afirmou. A especialista faz ainda uma orientação para que as pessoas tenham cautela, mesmo sob o clima frenético da festa. “O pensamento que a pessoa deve ter é o seguinte: ‘o que eu faço [com a minha boca] pode não ser o mesmo que o parceiro faz’”, completou.