O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou a Polícia Federal (PF) que soube das joias sauditas avaliadas em R$ 16,5 milhões, destinadas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, apenas em 2022. O político depôs por três horas, na sede do órgão, em Brasília, na quarta-feira (5), no inquérito que apura o caso.
Bolsonaro afirmou à PF que a intenção dos ex-auxiliares de recuperarem as joias seria para evitar um suposto “vexame diplomático” do Brasil com o governo da Arábia Saudita. Segundo o político, o constrangimento poderia ocorrer porque as peças foram dadas como um presente pelo governo árabe e poderiam ir a leilão.
Foram registradas cerca de oito tentativas do governo Bolsonaro para tentar reaver o conjunto retido pela Receita. Em 2021, nas três tentativas computadas para recuperar o conjunto, uma foi solicitada pelo gabinete da Presidência da República.
O gabinete de Bolsonaro, logo após a apreensão das joias, enviou um ofício ao ministério de Minas e Energia, chefiado por Bento Albuquerque, para a inserção das peças no acervo pessoal ou da presidência. O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) também foi acionado para auxiliar na liberação da caixa em 2021.