Em evento realizado em Brasília na tarde desta segunda-feira (2), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar as urnas eletrônicas e pressionar pelo voto impresso. Para ele, este é o caminho para “eleições democráticas” e, do contrário, haverá um processo marcado por “suspeição”. Em fala direcionada ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, que já se posicionou diante dos diversos ataques à lisura do processo eleitoral no Brasil, disparou: “Chefe de Poder tem limite. Por que um não quer eleições democráticas temos que abaixar a cabeça?”, questionou Bolsonaro.
“O que leva a conclusão de uma prova são os indícios. Vale a pena repetir. Em 0,39% das apurações em São Paulo as urnas travaram. Quando travou foi feito um percentual de cada candidato. Por percentual, quando destravou, chegou no 100% o mesmo percentual do 1º ao 8º. O inimigo está aí. O risco está aí. Ninguém quer nossas esposas, noras e filhas passando a situação que as mulheres da Venezuela enfrenta. E vai começar na Argentina também. Primeira vítima é a imprensa. Não tem imprensa lá. Se nós não abrirmos os olhos. Por que um não quer eleições democráticas temos que abaixar a cabeça? Por que o presidente do TSE tem que propor mudança na comissão?”, enfatizou Bolsonaro sugerindo interferências de Barroso para barrar o avanço da proposta do voto impresso no Congresso.
E continuou: “Aí vem gente que fala é confiável, é impenetrável. Queremos uma farsa ou uma eleição marcada por suspeição? Aí diz que quem perder pode recorrer na Justiça. Quem vai avaliar? Exatamente os que tiraram o cara da cadeia. Será que não conseguimos alcançar o risco”, disse, em uma clara referência a suspensão das condenações do ex-presidente Lula.
“Quererem chegar ao poder dessa forma. Usando as formas da democracia para querer açoitá-la. Chefe de Poder tem limite. Não é o que eu quero. É o povo que tem que confiar. Nós devemos lealdade ao povo que nos elegeu. Precisamos lutar pela liberdade que é maior que a própria vida. Só Deus me tira daqui. Dei o melhor de mim e continuo dando, e meus ministros. Se nos calarmos e nos cuvarmos ao politicamente correto nós todos sucumbiremos. Nada é tão ruim que não possa piorar”, concluiu.