O presidente Jair Bolsonaro disse que articulará com aliados pela aprovação de um projeto de lei para instituir o voto impresso no começo de 2020. A ideia é antiga: em 2015, ainda como deputado federal, Bolsonaro apresentou uma emenda ao projeto de lei da minirreforma eleitoral pelo voto impresso.
O chefe do Palácio do Planalto usou as suspeitas de fraude na eleição da Bolívia para ressuscitar a proposta, contra a qual já se colocou o Supremo Tribunal Federal (STF), em junho do ano passado. A votação no país vizinho foi realizada em cédulas de papel.
“O estopim [na Bolívia] foi a suspeita, ou certeza, de fraude nas eleições. Um ensinamento para nós. Tenho falado com alguns líderes, vou potencializar isso, para que a gente possa votar no começo do ano que vem, se Deus quiser, um projeto de lei para que seja possível auditar uma eleição”, anunciou o presidente, em vídeo no Facebook.
Mesmo com a vitória contra Fernando Haddad (PT), Bolsonaro voltou a colocar em xeque o sistema de votação brasileiro e sinalizou que não aceitaria um resultado diferente.
“Todo mundo dizia que eu tinha tudo para ganhar as eleições na reta final. Eu também tinha certeza. No final teve 55% para mim, 45% para o outro candidato. Muita gente achou que a diferença foi muito maior. Bem, como o [meu] lado ganhou, e nas ruas todo mundo tinha essa convicção que ia ganhar, não houve problema. Mas imagine se o outro lado ganha as eleições. Como a gente ia auditar esses votos?”, questionou.