Cerca de 13,4 milhões de pessoas ainda vivem em condição de pobreza extrema no Brasil. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), obtidos na pesquisa Síntese dos Indicados Sociais, realizada no ano passado. Cerca de 6,5% da população vivia com até US$ 1,90 por dia o país. A nota de corte considera a classificação de pobreza extrema definida pelo Banco Mundial. Quando convertido para o câmbio da época, o rendimento dessas pessoas fica em R$ 133,70 por mês. Por outro lado, um quarto da população brasileira vive no nível menos agudo de pobreza, com renda de até US$ 5,50 por dia, ou R$ 387 mensais. De acordo com a Folha, não existe uma classificação oficial no Brasil do que se considera pobreza extrema.O IBGE mensurou o percentual de população nessas condições conforme definições diversas.
Além daquela do Banco Mundial, outro conceito analisado foi o das pessoas aptas a serem beneficiárias do programa Bolsa Família. Segundo o IBGE, 17,5 milhões de pessoas são elegíveis para o programa. Do total da população brasileira, 4,2% (8,6 milhões) vivem com renda de até R$ 85 por mês, a primeira elegível para obter benefícios do programa. Na segunda faixa, de R$ 85 a R$ 170, o contingente chega a 4,3% da população (8,9 milhões). O terceiro conceito analisado foi o de pessoas que recebem até um quarto do salário mínimo por mês, R$ 220, o que representa 12,15% da população (25 milhões de pessoas). O contingente salta para 36 milhões (17,8% da população) quando avaliada a faixa que recebe de um quarto do salário até meio salário mínimo. Nos dados por estado, 15 das 27 unidades federativas estão acima da média nacional para pobreza extrema. Todos estão no Norte e no Nordeste. Maranhão (52,4%), Amazonas (49,2%), Acre (46,6%), Pará (45,6%) e Ceará (44,5%) estão entre os estados com mais pessoas vivendo na pobreza. Santa Catarina é o estado onde o dado é menor, 9,4%.