As chamas que causaram uma tragédia em Pedrógão Grande deixaram em alerta outras regiões do país. Algumas delas, mais próximas, sofrem consequências diretas e suas populações estão muito assustadas. Uma delas é Coimbra, onde mora a advogada baiana Ludmila Fontes, de 33 anos. Ludmila voltava de férias e, na madrugada de ontem, desembarcou em Coimbra, que fica a 60 Km do incêndio. “Estamos todos muito assustados com o que está acontecendo ao nosso redor e com as informações que não param de chegar. Os sinais dos incêndios são perceptíveis por todos os lados, seja pela própria atmosfera tomada pelo fumo (nevoeiro causado pela fumaça), pelas cinzas que não param de cair e o som das sirenes”, relatou.
Logo que desembarcou, ela, o marido e os dois filhos sentiram o primeiro sinal. A temperatura estava alta para o horário. “Quando chegamos em Coimbra já eram 23 graus, uma temperatura nada comum para a madrugada. Durante o dia a máxima foi de 36 graus e a previsão para amanhã e terça é de 40 graus, quando o normal é 28, 30 graus no máximo”. Mas, só quando acordou, Ludmila e a família se deram conta da dimensão da tragédia. “O chão, os carros, os móveis cobertos de cinzas e, apesar do calor abrasador não víamos o céu, estava tudo coberto por um véu”, descreve Ludmila, que desde 2009 mora na freguesia de Santa Clara. “Estamos todos atônitos porque o fogo não está controlado, as imagens na TV são dantescas, há muitas aldeias isoladas, estradas cortadas e muitas pessoas desaparecidas. Eu já vi muitos incêndios, todos os anos sofremos, mas não com esta dimensão. É um cenário de destruição”.