No Dia Mundial do Diabetes, estatuído em 14 de novembro, pouco se tem a comemorar no Brasil, país cuja população de 13 milhões de diabéticos se expande em ritmo acelerado. O aumento de 60% no número de casos da doença no país, registrado pelo Ministério da Saúde de 2006 a 2016, e as projeções de crescimento de 150% até 2035 são alarmantes e indicam que a conscientização é o melhor caminho para evitar o agravamento do cenário.
“Em pouco mais de 15 anos, a previsão é que o diabetes tipo 2 seja uma epidemia em todo o mundo. É uma projeção preocupante que nos obriga a enfatizar o papel crucial da informação na prevenção da doença e também para impedir a piora dos quadros de saúde dos pacientes”, afirma o médico angiologista do Núcleo de Angiologia e Cirurgia Endovascular da Bahia (Nace), Bruno Canguçu (foto).
O especialista destaca a importância da adoção dos hábitos saudáveis para minimizar os impactos do diabetes tipo 2, que tem como fator de risco a obesidade. “A prática de atividade física, o cuidado com a alimentação e o controle do peso corporal têm uma grande influência na prevenção do Diabetes”, ressalta o médico.
Bruno Canguçu explica ainda que o diabetes é uma doença metabólica com graves efeitos sobre as artérias, que tem tendência a formação de placas de arterosclerose. “Quando as artérias são obstruídas total ou parcialmente, podem ocorrer diversas complicações microvasculares, a exemplo da retinopatia e da nefropatia, e macrovasculares, como é o caso do infarto agudo do miocárdio e do acidente vascular cerebral.”
Entre os diabéticos, as doenças cardiovasculares são responsáveis por duas a cada três mortes, segundo a Associação Americana de Diabetes. “Os portadores de diabetes devem ser orientados por seu médico sobre a seriedade do controle da doença a partir de estratégias com o objetivo de melhorar a sua qualidade de vida não só através da prática de exercícios e de uma boa alimentação, como também da redução do estresse”, afirma o angiologista.
O cuidado com os pés também é fundamental para esses pacientes. “A perda de sensibilidade e piora da circulação são frequentes, podendo acarretar formação de feridas e aumentando o risco de amputações”, diz Canguçu.