O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu que o valor de R$ 300 para a nova fase de pagamento do auxílio emergencial “talvez seja o ideal”. Em entrevista ao jornal O Globo, ele ainda afirmou que o Congresso não poderá fazer “aquele jogo de pôquer que ficou da outra vez”.
“O ministro [da Economia] Paulo Guedes falou em R$ 200 para o novo auxílio, e o presidente Bolsonaro anunciou R$ 300. E o que o presidente anuncia, o governo vai ter que arrumar um jeito de fazer, penso eu”, disse.
“Talvez [R$ 300] seja o valor ideal na cabeça de todo mundo. E o Congresso vai ter que ter muita responsabilidade para não mexer nesse valor, para não ficar aquele jogo de pôquer que ficou da outra vez: ‘eu blefo e o outro paga’. Então saiu de R$ 200 para R$ 600”, completou.
Nem mesmo o mais ingênuo policial federal tem dúvidas de que 99% dos políticos gostariam de ver um freio na força que a instituição conseguiu no Brasil ao passar dos anos. São operações complexas, e a cada dia cresce a hierarquia de empresas e instituições gigantescas pescadas pelos grampos da Federal. Os de “baixo” regozijam-se a cada peixe grande pendurado no “anzol” da Polícia Federal, seguindo sem espernear. Parecem perceber o que é “ser gente”. Têm noção da enrascada que estão se metendo, da seriedade e do preparo da Polícia Federal. Sabem que dificilmente juízes e tribunais dóceis dificilmente terão argumentos para livrá-los de pagarem pelo que fizeram, como a prisão domiciliar da mulher do ex-governador do Rio de Janeiro. Só os filhos dela sentem falta de mãe.
Todos devem se lembrar de muitos escândalos de corrupção nas várias esferas de governo. Quem lê jornais e revistas semanais sabe como essa notícia é corriqueira. Existem os casos mais volumosos nos milhões de reais, mas todos trazem imenso prejuízo à nação. Cada governo que entra repete as promessas e mencionam as ações de combate. Não demora para o noticiário trazer de volta o sumiço de grandes fortunas. Com a chegada das chuvas de verão as cenas parecem ser as mesmas de quarenta anos atrás – a diferença fica por conta da tecnologia, e todos ficam indignados; todos não fazem nada de efetivo em ações preventivas e construções seguras. A função das autoridades restringe-se à contagem dos mortos, com números incorretos.
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman declara que vivemos em um tempo que escorre pelas mãos, um tempo líquido em que nada é para persistir. Não há nada tão intenso que consiga permanecer e se tornar verdadeiramente necessário. Tudo é transitório. Não há a observação pausada daquilo que experimentamos, é preciso fotografar, filmar, comentar, curtir, mostrar, comprar e comparar. O desejo habita a ansiedade e se perde no consumismo imediato. A sociedade está marcada pela ansiedade, reina uma inabilidade de experimentar profundamente o que nos chega, o que importa é poder descrever aos demais o que se está fazendo. Em tempos de Facebook e Twitter não há desagrados, se não gosto de uma declaração ou um pensamento, deleto, desconecto, bloqueio. Perde-se a profundidade das relações; perde-se a conversa que possibilita a harmonia e também o destoar. Nas relações virtuais não existem discussões que terminem em abraços vivos, as discussões são mudas, distantes. As relações começam ou terminam sem contato algum. Analisamos o outro por suas fotos e frases de efeito. Não existe a troca vivida. Ao mesmo tempo em que experimentamos um isolamento protetor, vivenciamos uma absoluta exposição. Não há o privado, tudo é desvendado: o que se come, o que se compra; o que nos atormenta e o que nos alegra. O amor é mais falado do que vivido. Vivemos um tempo de secreta angústia. Filosoficamente a angústia é o sentimento do nada. O corpo se inquieta e a alma sufoca. Há uma vertigem permeando as relações, tudo se torna vacilante, tudo pode ser deletado: O amor e os amigos. “Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo”. Zygmunt Bauman. Texto de Luciana Chardelli
Por Antônio Torres
“Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição” (art. 1º, parágrafo único, da Constituição Federal de 1988). É uma ação positiva das entidades sociais e ou políticas orientarem os seus membros, abordando esse tema de interesse de todos, dizem que o voto não tem consciência, mas consequências, dai a importância dessas entidades se posicionarem contra a corrupção, contra a desonestidade, contra a incompetência administrativa, contra, enfim, a venda ou troca de votos, para satisfazer o interesse dos que assim agem. Não há, portanto que se arriscar, o candidato deve ser ficha limpa, o voto tem consequências, que podem inviabilizar as relações povo/governo, pelas mazelas dos que não são comprometidos com a população e veem somente os interesses pessoais e de amigos do poder. Esses devem ser analisados e punidos pela população com o voto consciente, não deve haver dúvidas quanto a esse procedimento pelos eleitores. Há portanto de esclarecer-se a verdade e conscientizar as pessoas desse posicionamento, através da mobilização popular pela dignidade, pela honra e pela moral do que é correto. Leia mais »
Por Jordan Bezerra
Em uma tarde de maio, o céu estava nublado, a terra toda molhada, o campo todo vestido do verde cor da esperança. Quão é sua beleza, vista em todas as faces, assim se contemplam os laços de sentimentos profundos, de amor tamanho do mundo, embora seja só nosso. Eu quero ser conhecido em meu país arretado, porém quero ser mostrado pelo lado fértil da vida, que brota a todo instante, em cada canto, um encanto. Desde serra, o riacho, a cacimba, o açude e o campo da caatinga verdejante. Os animais nas pastagens se deliciando e os pássaros cantando de suas árvores frondosas, embelezando os amantes da natureza divina. Assim, quero ser notado e também apreciado, em minha expressão real.
A luta pela igualdade racial ganha, este mês, uma motivação a mais. O 21 de março é o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, sendo lembrado pelo conjunto das organizações do movimento negro, gerando profunda reflexão sobre o racismo enquanto problema estrutural na sociedade. O Governo do Estado reforça este dia emblemático, associando-se às diversas vozes e mobilizações em prol da construção de estratégias de combate à violação de direitos da população negra e dos povos tradicionais.
Editorial Brumado Verdade
“A verdade é, ao mesmo tempo, frágil e poderosa. Frágil porque os poderes estabelecidos podem destruí-la, assim como mudanças teóricas podem substituí-la por outra. Poderosa, porque a exigência do verdadeiro é o que dá sentido à existência humana” (CHAUI, 1995, p. 108).
A verdade é uma qualidade das próprias coisas e o verdadeiro está nas próprias coisas. Conhecer é ver e dizer à verdade que está na própria realidade e, portanto, a verdade depende de que a realidade se manifeste, enquanto a falsidade depende de que ela se esconda ou se dissimule em aparências (1995, p. 99).
Que é a verdade? Boa pergunta, da qual se têm ocupado, ao longo dos tempos, filósofos, cientistas e outros pensadores. A propósito, é bastante conhecido e significativo – notadamente do ponto de vista jurídico ou, para ser mais preciso, do ponto de vista processual penal – o diálogo entre Jesus Cristo e o governador romano Pôncio Pilatos, no qual aparece, in verbis, essa indagação deste para aquele: Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade?
Tendo dito isto, voltou aos judeus e lhes disse: Eu não acho nele crime algum. (João 18:37-38.)
Na concepção grega, a verdade se refere às coisas e aos fatos. Verdade é a l e q h i a (aletheia), que significa o não-oculto, não-escondido, não-dissimulado e, como tal, verdadeiro é o que se manifesta aos olhos do corpo e do espírito; é a manifestação do que é ou existe tal como é. O falso é pseudos, o escondido, o encoberto, o dissimulado, parece ser, mas não é como parece. Dessa forma,
A verdade é uma qualidade das próprias coisas e o verdadeiro está nas próprias coisas. Conhecer é ver e dizer à verdade que está na própria realidade e, portanto, a verdade depende de que a realidade se manifeste, enquanto a falsidade depende de que ela se esconda ou se dissimule em aparências (1995, p. 99).
Voltando para o lado de cá, existe um provérbio muito popular que diz tudo em poucas palavras, mesmo ferindo a carne do ofendido: “Quem fala a verdade não merece castigo”. Não é disseminando mentiras que você irá criar fatos, para que se torne verdade. A mentira tem perna curtas, e geralmente quem inventa são pessoas sem escrúpulos, sem ética e sem moral, são pessoas dissimuladas que visa apenas interesse próprio ou de terceiros, para tentar ocultar a verdade exposta. Na imprensa quem trabalha visando ocultar fatos em troca de propinas, não merece credibilidade, e não tem moral de emitir parecer, sem apresentar provas, palavras, são palavras e quem tem boca fala o que quer. Mas na ótica jornalística a verdade, mesmo que às vezes em meias palavras, tem que ser o foco maior do contexto, cabendo ao ofendido o direito de resposta.
Desde sempre, ouve-se a predição: o “Brasil é o país do futuro”; nada temos a temer. Mas, a história é construída pelos homens e pelas relações que estabelecem entre si e com a natureza no processo de produção de riquezas. Em outras palavras, o modelo de “intervenção” produtiva pode ser eficaz, a partir de escolhas certas e eficientes, ou desastrosas, se amparada em decisões/escolhas erráticas, inconsistentes. Esse é o caso do Brasil atual. Perdemos ‘janelas de oportunidades’ seja por erro de avaliação, políticas equivocadas ou decisões insanas. Mas, o Brasil, há muito deixou de ser ‘o país do futuro’. Vivemos uma profunda crise institucional, política, econômica, moral, ética, e tantos outros qualificativos que a queiram nominar. Estamos a um passo do abismo e continuamos a caminhar nesse rumo. Após o governo enviar ao Congresso Nacional o projeto do orçamento para o ano de 2016, com previsão de déficit primário da ordem de 0,34% do PIB (30,5 bilhões) em lugar do superávit de 0,7% estimado anteriormente, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s retirou o grau de investimento do Brasil (uma espécie de selo de bom pagador). Para essa agência, incontáveis desafios políticos pesam sobre a capacidade do governo de apresentar um orçamento com sinalização de correção, no início do ano. Embora a crise política seja um ingrediente básico, a crise fiscal e a falta de perspectiva de melhoria das contas públicas, bem como o quadro de recessão econômica, foram fatores preponderantes que fundamentaram a decisão de mostrar que, na verdade, “o rei está nu”.
Em épocas de crise e discórdia, muita gente se ocupa em abrir portas para a desgraça. O pior é que quem se presta a esta ocupação não percebe que está agindo assim; alguns até pensam que estão fazendo o contrário. Uma dessas portas foi aberta terça-feira, quando deputados federais, em comissão especial, aprovaram projeto que na prática revoga o Estatuto do Desarmamento, em vigor desde 2003. Tão acintoso é o retrocesso que ontem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez questão de gravar e divulgar vídeo em que considera a votação “um escândalo” e pede que os “deputados a derrubem em plenário”. Vejam só algumas modificações criadas pelo novo texto: