em previsão para acontecer, o leilão de arroz importado ao Rio Grande do Sul ganhou adversários importantes nesta semana. Um deles é o próprio governador Eduardo Leite (PSDB), que tem enfatizado que a compra pode gerar “insegurança” para o produtor gaúcho. No entanto, dentro do próprio governo Lula (PT), já há quem defenda o cancelamento do leilão. A informação é do Blog do Noblat no Metrópoles.
Ainda de acordo com o Blog do Noblat, técnicos do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar afirmam que a compra é desnecessária, já que 80% da safra de arroz produzida no Rio Grande do Sul já foi colhida antes do desastre de maio. Os agricultores gaúchos são responsáveis por 70% do plantio de arroz no país. A pasta reafirma que não há risco de desabastecimento no Brasil.
Após suspeitas de irregularidades, o governo Lula decidiu anular o leilão e cancelou a compra de 263,3 mil toneladas de arroz. Um novo edital estava previsto para ser publicado em 22 de junho, mas o texto ainda não foi editado. Ao todo, Lula liberou mais de R$ 7 bilhões para a compra de 1 milhão de toneladas de arroz, acrescenta o Metrópoles.
Pela chuva, o valor do quilo do arroz subiu quase 14%, segundo a Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz). Em maio, o presidente da federação já havia defendido o cancelamento do leilão. “Não tem nenhuma razão para o governo fazer isso, trazendo novamente um desestímulo se os preços caírem”, disse ao Terra.
Ainda conforme a federação, a colheita de 2023/24 deve alcançar 7,2 milhões de toneladas, superando o volume da safra passada, de 6,9 milhões de toneladas. Devido às chuvas, as perdas estão estimadas em cerca de 250 mil toneladas, complementa o Blog do Noblat.
A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) considerou acertada a anulação do leilão público para a compra de arroz importado, porque não há necessidade de importar o cereal para abastecer o mercado interno.
O leilão realizado pelo governo foi anulado na terça-feira (11) devido a questionamentos sobre a capacidade técnica e financeira das empresas vencedoras. Segundo o presidente da entidade, Alexandre Velho, a importação de arroz pelo governo para vender a preço subsidiado pode desestimular os produtores nacionais e aumentar a dependência externa do cereal.
“Se o governo insistir nesse erro, vai estar trazendo uma grande ameaça não só ao setor produtivo, mas às cooperativas e às indústrias, e a área de arroz do próximo ano pode voltar a diminuir, trazendo uma dependência cada vez maior da importação de um arroz que custa a mesma coisa, ou mais caro, e não tem a mesma qualidade do nosso produto”, disse Velho, em entrevista à Agência Brasil.
Leia mais »
Uma medida provisória que concede mais 2 salários mínimos, em 2 meses, para 434.253 trabalhadores afetados pelas enchentes do Rio Grande do Sul foi anunciada pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, nesta quinta-feira (6). O pagamento do benefícios foi informado durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e comitiva ao Estado.
“Vamos oferecer duas parcelas de um salário mínimo a todos os trabalhadores formais do Estado do Rio Grande do Sul atingidos na mancha. Não só nos municípios em calamidade, os municípios em situação de emergência, desde que esteja atingido pela mancha da inundação”, declarou Marinho.
Marinho disse ainda que será preciso que as empresas entrem no programa para os trabalhadores terem o benefício. Segundo ele, a contrapartida exigida pelo governo para isso é a de que essas empresas não demitam os empregados pelos próximos 2 meses.
Leia mais »
O nível das águas do Lago Guaíba chegou a 3,77 metros (m) às 15h desta quinta-feira (30), na estação de medição instalada emergencialmente na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, em 4 de maio. O nível atual ainda está 17 centímetros acima da nova cota de inundação do Guaíba, atualizada na terça-feira (28), em 3,6 m, pelo governo do Rio Grande do Sul. A nova referência de alerta passou a ser o nível de 3,15 m.
O recuo lento e gradual das águas na capital gaúcha, verificado nos últimos dias, permitiu que a prefeitura de Porto Alegre realizasse nesta quinta-feira a limpeza em 28 locais da cidade onde a água baixou. A prefeitura calcula que, desde 6 de maio, quando o serviço de limpeza começou nos pontos de resgate, até a noite de quarta-feira (29), foram retiradas mais de 17,7 mil toneladas de resíduos das ruas, como restos de móveis estragados. A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos ainda aguarda o recuo da água em áreas inundadas para dar início ao serviço nessas outras localidades.
Leia mais »
Na noite desta segunda-feira (27), um celular explodiu enquanto carregava e causou um incêndio em uma residência localizada na Rua Ferreira e Silva, no bairro Dr. Juracy, em Brumado, Sudoeste baiano.
Segundo moradores do bairro, um morador da casa utilizava o aparelho e provocou o incêndio, o fogo destruiu bens materiais e parte do imóvel. Na casa, morava uma mulher, sua filha e três netos.
Todos conseguiram deixar o local quando o fogo começou. Apesar do susto, ninguém se feriu, a Polícia Militar foi acionado e registrou a ocorrência. Populares ajudaram a conter as chamas com o auxilio de um caminhão pipa e baldes de água.
Uma das cidades com mais prejuízos em função da tragédia climática do Rio Grande do Sul é Canoas. Cerca de 70 mil casas na cidade estão submersas. O prefeito Jairo Jorge (PSD) disse que o Hospital Pronto Socorro de Canoas “está perdido”. A unidade precisou ser evacuada e os pacientes foram transferidos.
O prefeito diz que metade da cidade foi invadida pelas águas e que dois terços dos habitantes da cidade tiveram que ser evacuados. “Só para ter uma dimensão da tragédia, nós temos 347 mil habitantes, metade da cidade foi invadida pelas águas, 70 mil casas estão submersas, as pessoas perderam tudo, são 153 mil pessoas que tiveram que sair, foram evacuadas”, disse em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews.
“As pessoas estão com 30 a 40 pessoas dentro de uma casa que, normalmente, tem 5 ou 6 pessoas. Só para se ter ideia, temos cerca de 7.735 casas que têm até 30 pessoas”, disse.
Unidades de saúde – As perdas da cidade de Canoas afetaram profundamente tanto a infraestrutura de saúde quanto a de educação. Das 27 unidades básicas de saúde (UBS), 19 foram perdidas. Um hospital de pronto-socorro, 3 das 4 unidades de pronto atendimento (UPAs) e 4 centros de apoio psicossocial foram perdidos.
Duas barragens continuam em situação de emergência no Rio Grande do Sul, com risco de rompimento iminente, provocado pelo grande volume de chuvas: a Usina Hidrelétrica (UHE) Bugres Barragem Salto, no município de São Francisco de Paula, na Serra Gaúcha, e a Santa Lúcia, em Putinga, a 200 quilômetros da capital, Porto Alegre.
As informações foram divulgadas na tarde desta terça-feira (14) na atualização do boletim da Defesa Civil sobre a situação das barragens no estado. Os dados são do monitoramento feito pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O governo estadual destaca que a situação de emergência exige providências imediatas para preservar as vidas de moradores dos dois municípios.
Leia mais »
O Rio Guaíba voltou a apresentar elevação dos níveis neste domingo (12), com expectativa de superar valores acima de cinco metros, conforme a chegada da vazão pelos rios contribuintes e a atuação dos ventos. A Laguna dos Patos se encontra também em níveis bem elevados e com tendências de aumento significativo nos pontos monitorados das regiões costeiras.
A informação é da Sala de Situação do Rio Grande do Sul. Volumes significativos de precipitação foram registrados nas últimas 24 horas no centro de Porto Alegre, região metropolitana e na Serra, com valores chegando aos 120 milímetros (mm) pontualmente nos Vales.
Em função da chuva volumosa, todos os grandes rios do estado apresentam tendência de elevação, com subidas rápidas em cotas de inundação nas bacias dos rios Caí e Taquari e também no Jacuí. As cidades situadas no delta, ou seja, no terreno de configuração triangular disposto na embocadura de um rio, das respectivas bacias ainda estão em cotas de alerta ou inundação.
O monitoramento hidrológico revela ainda que nos rios Gravataí e Sinos continua o represamento das águas na confluência com o delta do Jacuí com o Guaíba, com a manutenção dos níveis ainda elevados e retorno da elevação. Já no baixo rio Uruguai, observa-se estabilidade e declínio a partir de São Borja.
Um bloqueio atmosférico causado por uma frente estacionária vai continuar provocando instabilidade no tempo do Rio Grande do Sul com volumes de 30 a 50 milímetros (mm) de chuva, pelo menos até quarta-feira (15), quando está prevista a entrada de uma massa polar. A informação é do meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Glauco Freitas.
Segundo Freitas, esses volumes em situações anteriores não provocariam esse descontrole, mas agora, com a quantidade de chuva dos últimos dias, qualquer incidência acima de 10 mm traz preocupação e, quando atinge 30 mm, causa transtornos à população.
“Esse sistema deve permanecer, pelo menos, até quarta-feira, provocando chuva. Na quarta-feira teremos a entrada de uma massa de ar polar, abrindo o tempo em grande parte do estado”, disse em entrevista à Agência Brasil.
O meteorologista adiantou que o avanço intenso da massa polar vai provocar queda nas temperaturas, que deve ficar em torno de 0°C em algumas regiões. Na Campanha, a mínima pode ficar perto de 2°C a 3°C e, em Porto Alegre, perto de 10°C. “[Há previsão de] bastante frio nesta região no decorrer da próxima semana”, afirmou, acrescentando que o estado de Santa Catarina também será atingido.
Leia mais »
Um dos grandes nomes da Música Popular Brasileira (MPB), o Rei Roberto Carlos decidiu doar R$ 200 mil ao Rio Grande do Sul para ajudar nos esforços contínuos pela região, afetada pelas chuvas e enchentes.
Além da doação, o artista também planeja fazer um show no Rio ou São Paulo entre as próximas duas ou três semanas, com renda toda revertida ao estado gaúcho. As informações foram confirmadas pela assessoria de imprensa do artista.
Balanço da tragédia – As fortes chuvas do Rio Grande do Sul deixaram 136 mortos até as 9h deste sábado (11). Foram confirmadas 10 novas mortes desde sexta-feira (10) e o número pode crescer nos próximos dias, uma vez que há 125 desaparecidos, segundo a Defesa Civil gaúcha. Os mortos estão em 44 cidades, conforme a Defesa Civil, e há 756 feridos.
Diante das enchentes que deixaram mais de cem mortos no Rio Grande do Sul nos últimos dias, gaúchos têm buscado refúgio com parentes ou amigos em outros estados, como Santa Catarina.
Segundo a Defesa Civil estadual, o número de desaparecidos vem caindo ao longo dos dias e a população tem sido orientada a procurar a Polícia Civil para informar sobre a localização de familiares.