Marcos Lisboa, um dos principais nomes da área econômica do primeiro governo Lula, fez um panorama do cenário atual e futuro sobre a área. Em entrevista ao Estadão, ele avaliou que o Brasil está no caminho de uma “nova crise severa” se o governo não adotar um “freio de arrumação”. Na leitura dele, o País lida com um cenário preocupante de descontrole de gastos públicos e enfraquecimento das regras fiscais.
“Eu temo que, talvez, a gente tenha que enfrentar uma nova grave crise para poder começar a superar os problemas que estão sendo construídos”, afirma Lisboa, atual presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper).
Além disso, ele refletiu sobre o que mudou no cenário econômico desde que Lula deixou a presidência e o que ele precisa prestar atenção; quais foram as pioras, se ele enxerga o futuro governo preocupado com essa questão; o que o levou a fazer parte do 1º governo Lula; incentivo do Estado para investimento; visão sobre Haddad; a possibilidade de misturar a PEC 45 e a 110 além de outras questões sobre a área.
Em resumo, Lisboa critica que “agora está se fazendo uma aposta em uma certa visão de mundo de que o papel da política pública é apoiar e estimular investimento – público e privado -, que isso vai gerar crescimento econômico e que, com o crescimento, a conta será paga. É uma aposta feita sem muita evidência”.
O atual presidente do Insper esteve no governo Lula entre 2003 e 2005, Lisboa ocupou o cargo de secretário de Política Econômica no ministério então liderado por Antonio Palocci. Ele descreve a sua participação no governo petista da época mais como um “acidente do que uma intenção”. A entrevista completa pode ser conferida no Estadão.