A Fundação Nacional do Índio (Funai) divulgou esta semana imagens inéditas de um índio que vive isolado na Amazônia e é observado há 22 anos pelo órgão. Ele tem o acompanhamento da Frente de Proteção Etnoambiental Guaporé (FPE Guaporé), mas a única forma de contato é por meio do fornecimento de alguns objetos que poderiam ser úteis para a sua sobrevivência. Conhecido como o “índio do buraco”, ele foi encontrado pela Funai em 1996. Desde então, houve tentativas de contato pessoal, sendo a última em 2005. No entanto, ao perceber que não era da vontade dele, os servidores do órgão logo recuaram. “A gente sempre sabe mais ou menos em qual igarapé e em qual parte da terra indígena ele se encontra. Monitoramos ele de longe”, afirma Altair Algayer, Coordenador da FPE Guaporé.
A equipe que acompanha o índio isolado deixam apenas algumas ferramentas e sementes para plantio nos locais em que ele passa frequentemente. Por volta de 2012, a Funai registrou algumas roças de milho, batata, cará, banana e mamão plantadas pelo indígena, que vive basicamente desses alimentos e da caça. “Esse homem, que a gente desconhece, mesmo perdendo tudo, como o seu povo e uma série de práticas culturais, provou que, mesmo assim, sozinho no meio do mato, é possível sobreviver e resistir a se aliar com a sociedade majoritária. Eu acredito que ele esteja muito melhor do que se, lá atrás, tivesse feito contato”, comentou Altair.