Uma das maiores fabricantes do mundo, a filial brasileira da BAT, entrou pesado no lobby em defesa dos cigarros eletrônicos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na sexta (1), a agência, que há quatro anos avalia se libera ou não o uso dos chamados vapes ou e-cigs, abriu consulta pública. Até que profira sua decisão, proibiu a comercialização dos chamados eletrônicos.
Enquanto isso, o número de fumantes desse tipo de cigarro no Brasil saltou de 500 mil para 2,2 milhões, segundo pesquisa recente feita pelo Ipec. No Distrito Federal, 4% da população já utiliza os vapes. A companhia já investiu R$ 12 bilhões para o desenvolvimento de “produtos alternativos”.
O mercado clandestino, que abastece esse público, já se consolidou e hoje movimenta R$ 7,5 bilhões por ano. A maior parte das mercadorias vem da China e do Paraguai. A BAT e outras gigantes globais do mercado de tabaco querem construir fábricas de cigarros eletrônicos no país e, por isso, tentam convencer a a apressar a regulamentação desses produtos, tidos como menos tóxicos do que os convencionais.
Deputados de diversas frentes passaram a defender uma lei que antecipe os trabalhos da Anvisa. A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) é uma delas. “A BAT Brasil reitera que é a favor de uma regulamentação adequada ao contexto brasileiro, baseada em ciência, que permita qualidade, segurança, comunicação, distribuição adequada e monitoramento do uso desses dispositivos”, disse em nota.
“Isso é fundamental para os adultos fumantes que não optam por parar de fumar, o que inclui os cigarros eletrônicos como instrumentos de redução de danos do tabaco”, disse a empresa. A companhia diz que se empenha em colaborar com órgãos reguladores de todo o mundo, como já acontece nos EUA, Reino Unido, França, Japão, Suécia, Itália, Grécia, Nova Zelândia.