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Hábito de emprestar maquiagens pode ser prejudicial à saúde

25 setembro 2016 | 20:01

Alerta é da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Foto: Reprodução

Alerta é da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Foto: Reprodução

Me empresta? Não! Essa é a resposta que a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) aconselha qualquer mulher a dar se alguém cogitar dividir com ela um batom, um rímel ou qualquer outro item de maquiagem. A mesma orientação serve para quem adora experimentar cosméticos em lojas: resista ao mostruário, se o estabelecimento não tiver material descartável. Para a entidade, o hábito tão comum entre amigas deve ser abolido da rotina para evitar riscos de contaminação por micro-organismos capazes de causar danos graves. — Cada indivíduo é resistente a um determinado número de bactérias e convive bem com isso, mas outras pessoas podem ser sensíveis a elas, ou ter um corte ou uma espinha no rosto (por onde penetrem micro-organismos contra os quais não têm defesa). O ato de compartilhar maquiagem pode ser altamente prejudicial nesses casos — explica Drummond. Ainda de acordo com o especialista, quando se usa uma esponja para aplicação de maquiagem em várias pessoas, o pó ou outro cosmético pode se tornar meio de cultura de seres indesejáveis. Pincéis também não devem ser compartilhados. Os dois itens têm potencial para transportar, além de bactérias, fungos e vírus causadores de doenças como a herpes.

A estudante Thamires Tavares, hoje com 20 anos, já teve problemas em duas ocasiões, ao usar maquiagem emprestada da mesma amiga — que nunca apresentou doenças na pele. Aos 15, Thamires sofreu uma lesão da pálpebra conhecida como calázio, inflamação em uma glândula do olho responsável pela produção de secreção sebácea. O problema começou após a aplicação de um rímel emprestado, e o tratamento foi feito por um oftalmologista. Por ser uma infecção recorrente, ela não se livrou do problema, e já foi submetida a duas cirurgias. — Senti uma coceira forte no rosto, que veio acompanhadas de vermelhidão e bolinhas. Procurei meu dermatologista, e ele diagnosticou uma infecção bacteriana. Tive que usar antibiótico — conta. Entre as bactérias que podem se aproveitar do hábito de se emprestar maquiagem estão os estafilococos, explica a diretora da SBD, Leandra Metsavaht: — O estafilococos é uma bactéria comum na pele de todos nós. Mas pode ser prejudicial a um novo hospedeiro se ele estiver com alguma lesão na pele, provocando furúnculo (doença causada por infecção dos folículos) e celulite (infecção subcutânea do tecido celular), que é extremamente grave no rosto e, em determinadas condições, leva o paciente à internação para uso de medicação intravenosa — explica a médica. Segundo a SBD, as lojas de maquiagens devem oferecer provadores descartáveis ou amostras individuais para os clientes experimentarem seus produtos. Para saber a cor certa de um novo batom, o correto é passá-lo em um lenço. Já aos maquiadores, que não podem trocar de material a cada novo usuário, é recomendada a utilização de aplicadores individuais, lenços descartáveis e soluções antissépticas em todos os pincéis antes de receber um novo cliente. A atriz Mayara Moura sabe dos danos que podem ser causados por um profissional que não cumpre esse ritual. Durante uma gravação, foi maquiada sem os cuidados devidos e teve problemas: — Percebi que a maquiadora l usou os mesmo pincéis em mim e em outras atrizes sem higienizá-los. Não demorou muito para eu sentir a pele coçar. No dia seguinte, acordei com o rosto cheio de bolinhas, e meus olhos estavam inchados, relata a atriz. Após usar antialérgicos, Mayara teve que tratar manchas decorrentes da alergia. Passado o susto, a atriz garante que aprendeu a se prevenir. — Foi assustador. Nunca pensei que pudesse acontecer algo assim por causa de maquiagem. Hoje levo meu próprio kit e evito emprestar, mas, quando é necessário, faço uma higienização antes e depois. Assim não prejudico ninguém nem sou prejudicada. Por: Daniela Kalicheski.

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