Por: Dra. Laila de Laguiche – dermatologista e hansenologista, membro da (SBH).
No último domingo de janeiro é celebrado o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. Silenciosa e ainda cercada de preconceitos, a doença coloca o Brasil na nada cobiçada vice-liderança de casos registrados anualmente no mundo, atrás apenas da Índia. São cerca de 25 mil registros por ano, segundo o Ministério da Saúde. No mundo, a média é de 2,9 casos por 100 mil habitantes, enquanto no Brasil a taxa é de 12,2/100 mil. Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha registrado uma redução dos casos da doença no mundo, saindo de mais de cinco milhões de casos para 500 mil entre 1985 e 2005, a hanseníase enfrenta dificuldades para ser diagnosticada e, por esse motivo, ainda pode gerar subnotificação. Estima-se que haja cerca de quatro a cinco vezes mais doentes do que notificações no Brasil. A hanseníase é uma doença bacteriana, causada pelo bacilo de Hansen, que infecta o ser humano por meio das vias respiratórias, afetando sobretudo a pele e os nervos periféricos, atingindo outros órgãos somente em casos raros.