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Irritado com pergunta, Bolsonaro diz a repórter: ‘Vontade de encher sua boca de porrada’

23 agosto 2020 | 16:35


Áudio: Presidente reagiu ao ser perguntado sobre depósitos feitos pelo ex-assessor Fabrício Queiroz, na conta bancária da primeira-dama, Michelle Bolsonaro Foto: Divulgação

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), disse na tarde deste domingo (23), que gostaria de agredir um repórter do jornal O Globo, ao ser perguntado sobre os depósitos feitos pelo policial militar aposentado e ex-assessor Fabrício Queiroz na conta bancária da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

“Vontade de encher sua boca de porrada”, declarou o presidente da República. Bolsonaro citou supostos repasses do doleiro Dario Messer à família Marinho, proprietária da Rede Globo.

“Cria vergonha na cara, fala da família Marinho!”, disse Bolsonaro. O presidente usou o caso para atacar a o grupo nas redes sociais. As frases foram disparadas pelo presidente em frente à Catedral Metropolitana de Brasília.

Queiroz depositou R$ 72.000 à primeira-dama. A mulher dele, Márcia, teria repassado outros R$ 17.000.

Em 2018, quando apareceram os primeiros indícios de depósitos de Queiroz a Michele Bolsonaro, o então presidente eleito disse que os valores eram para quitar uma dívida de R$ 40.000.

MP investiga esquema de “rachadinha”

Queiroz é amigo da família e foi chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro, filho do presidente, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Flávio hoje é senador.

O Ministério Público investiga suposto esquema de“rachadinha” quando o filho do presidente era deputado estadual. Trata-se da prática de políticos se apropriarem de salários de assessores pagos pelo poder público.

Queiroz foi preso preventivamente em junho. As autoridades o encontraram em Atibaia (SP), num imóvel de Frederick Wassef, advogado de Flávio e Jair Bolsonaro. Atualmente, Queiroz está em prisão domiciliar.

Essa não é a primeira vez que Bolsonaro trata repórteres de maneira agressiva. Em maio, mandou uma jornalista calar a boca. Na ocasião, havia ouvido uma pergunta sobre acusação de Sergio Moro. Ao deixar o Ministério da Justiça, o ex-ministro afirmou que o presidente da República queria interferir na Polícia Federal.

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