Eram quase 2h da última quarta-feira (14), quando a jornalista Rosimara Aparecida Dias Domingos, 43 anos, viu a sogra de seus dois filhos bater à sua porta, na cidade de Dom Cavati, em Minas Gerais. O episódio seguinte se tornaria o maior pesadelo para a vida de Rosimara. Torturada, agredida e estuprada, a jornalista não consegue mais sair de casa ou esquecer as cenas de terror. Ela conta que costumava emprestar cheques em branco para Efigênia Dias de Moraes, 41 anos, mãe das esposas dos dois filhos de Rosimara, para que ela comprasse fiado em um açougue. “Ela disse que me devolveria até o dia (30), o que não aconteceu. Então fui até o açougue saber se estava lá. E não estava”. A jornalista conta que, mesmo indignada, não cobrou por acreditar que ela devolveria, já que “ela era praticamente da família”.
Na madrugada de quarta-feira, após ter ido visitar o açougue, Rosimara recebe então a visita de Efigênia e o namorado, Juliamar Custódio de Oliveira, 32 anos. Apesar do horário, a jornalista preparava um café para a também avó de seus netos, quando a mulher foi questionar a ida de Rosimara ao açougue. “Disse que eu a havia desmoralizado no açougue. Foi quando ela me deu um tapa no rosto e disse que iria ‘acertar as contas’ comigo”, conta, lembrando que após as agressões ela foi arrastada pelo casal para o quarto. “Eles tiraram a minha roupa e começaram a me tocar. Diziam que ‘a brincadeira estava só começando’. Sempre que resistia, levava tapas e socos. Ela dizia que ia me matar a todo momento”, continua. Numa oportunidade em que a agressora foi desligar um telefone que tocava no quarto ao lado, Rosemara tentou fugir pela porta da frente, mas foi recapturada no meio da rua. “Ela disse que a brincadeira ficaria diferente, e começou a arrastar a faca pelo meu corpo, pescoço, rosto. Eu implorava para ela não me matar, para pensar em nossos netos. Mas ela retribuía com socos, e dizia que estava com muita raiva de mim”. Rosimara então foi levada ao banheiro para tirar o sangue ao som de ameaça de morte pelo casal. Após alguns minutos, a jornalista então percebeu que a dupla mudou os planos e decidiu fugir. Desesperada, ela ligou para a irmã, que a levou a um pronto-socorro, no município de Inhapim e, em seguida, ao quartel da Polícia Militar. Os suspeitos foram presos por volta das 6h do mesmo dia, na casa do casal. A Polícia Civil informou que as motivações do crime estão em investigação, e que testemunhas serão ouvidas sobre o caso. Enquanto isso, Rosimara aguarda o julgamento para poder voltar a dormir em paz. “Tenho medo de que eles sejam soltos, pois são réus primários. Só vou ficar tranquila quando forem condenados”.