O clima foi de despedida no Ministério da Saúde na noite de terça-feira (14). Chefe da pasta, Luiz Henrique Mandetta avisou aos integrantes de sua equipe que deverá ser demitido ainda esta semana pelo presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com interlocutores ouvidos pela coluna Painel, da Folha de S.Paulo, Bolsonaro combinou com Mandetta para que ele espere até que substituto seja escolhido e ocorra de fato a exoneração.
Alguns membros da equipe sugeriram que o ministro pedisse demissão imediatamente, mas a ideia foi rejeitada por ele. As informações foram passadas para os integrantes o Ministério da Saúde após entrevista coletiva da qual Mandetta participou no Palácio do Planalto.
Antes, ele esteve presente na reunião do conselho, com Bolsonaro e os demais ministros. O chefe da pasta teria ficado em silêncio durante todo o encontro. Desde que a guerra fria envolvendo os dois teve início, o presidente já ameaçou algumas vezes demitir o ministro, mas até agora não concretizou o plano.
O desentendimento entre eles ocorre por falta de acordo na condução das ações adotada no combate a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Bolsonaro havia sido pressionado pela ala militar a manter Mandetta no cargo, mas o ministro perdeu este apoio na noite de domingo (13), quando concedeu entrevista para o Fantástico, da TV Globo. A cúpula fardada avaliou o tom adotado pelo ministro como provocação desnecessária.