O ex-presidente Michel Temer se entregou voluntariamente à superintendência da Polícia Federal (PF), em São Paulo, nesta quinta-feira (9). Ele saiu de casa às duas e quarenta da tarde, antes do horário que a juíza Caroline Vieira Figueiredo, da 7ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, havia determinado para ele se apresentar, que era cinco horas da tarde.
Michel Temer e o coronel Lima foram alvos de uma operação, que é um dos desdobramentos da Lava Jato no Rio de Janeiro, que investiga desvios da ordem de um bilhão e oitocentos milhões de reais nas obras da usina nuclear de Angra 3.
Os dois já haviam sido presos este ano. Em 21 de março, o juiz Marcelo Bretas acatou o pedido do Ministério Público Federal e decretou as prisões preventivas de ambos. Na época, eles ficaram quatro dias presos, até que o desembargador Antonio Ivan Athié concedeu uma liminar que os soltava. Nesta quarta-feira (8), a Primeira Turma do TRF-2 derrubou essa liminar e a posição de Athié foi vencida pelos votos dos desembargadores Abel Gomes e Paulo Espírito Santo.
Mesmo assim, no início da tarde desta quinta-feira (9), a defesa do ex-presidente protocolou um pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. O intuito é impedir que o ex-presidente seja novamente preso. Outro ponto que vale ser destacado é que Temer ainda é réu em outras seis ações penais.
Além disso, o juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal de Brasília, determinou o bloqueio de R$ 32,6 milhões em bens do ex-presidente, do coronel Lima e de Carlos Alberto Costa, um sócio do coronel. Nesse processo, vão ser julgados possíveis atos de corrupção e lavagem de dinheiro, cometidos na edição do Decreto dos Portos, assinado por Temer durante seu governo.