O Ministério da Saúde estuda ampliar a vacinação de febre amarela para todo o país ainda neste ano devido à circulação do vírus em novas áreas. Durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), o ministro da Saúde, Ricardo Barros, apresentou nesta quinta-feira (22) a proposta que deve ser definida com os Estados. A sugestão será também discutida com organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Ao apresentar a proposta, o ministro Ricardo Barros defendeu que estratégia de vacinar toda a população, deve ser feita de forma gradual, de acordo com as possibilidades dos estados. “Isso é uma proposta que será discutida com as diversas competências: secretários estaduais, OMS e OPAS. Se decidido, haverá uma programação de vacinação para cada estado”, esclareceu Ricardo Barros. A ideia é incluir todos os estados do país como Área Com Recomendação de Vacinação (ACRV). Atualmente, alguns Estados do Nordeste e parte do Sul e Sudeste do país não fazem parte das áreas de recomendação de vacina, por não apresentarem circulação do vírus. Neste locais devem ser vacinados, aproximadamente, 34 milhões de pessoas, sendo 11 milhões nos estados da região Sul e Sudeste, além de 23 milhões no Nordeste.
Atualmente, a estratégia de vacinação contra a febre amarela faz parte da rotina de 21 estados brasileiros e também é recomendada para pessoas de outras regiões que vão se deslocar para áreas silvestres e rurais nessas localidades. O Ministério da Saúde, ao longo de décadas, vem ampliando as áreas de vacinação, conforme a necessidade apontada pelo monitoramento constante da circulação do vírus. O Ministro da Saúde ressaltou ainda que aguarda o funcionamento da nova fábrica da Libbs Farmacêutica, em São Paulo, para aumento da produção da vacina no país. “Estamos aguardando o início do funcionamento da nova fábrica que poderá produzir mais 4 milhões de vacinas por mês. Assim, teremos a capacidade de fazer a imunização de toda a população. Com isso, todo o Brasil se tornaria área de vacinação permanente”, concluiu. A nova fábrica faz parte de um acordo de transferência tecnológica entre a empresa privada e o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-manguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para aumentar a capacidade de produção do insumo em 48 milhões de doses por ano. Desde o segundo semestre de 2016, Bio-Manguinhos vem trabalhando para viabilizar esse acordo, transferindo à parceira todos os conhecimentos necessários para a parte final da produção. A expectativa é de que até o início de junho seja iniciado o fornecimento ao Ministério da Saúde. A Fiocruz ainda trabalha na conclusão da construção do Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro, que teria capacidade para atender às demandas atuais e futuras de produção da vacina de febre amarela, bem como de outros imunobiológicos. A linha atual de processamento final da Fiocruz para a vacina contra a febre amarela inclui também outros produtos estratégicos para o Ministério da Saúde, como a tríplice viral, que é a vacina que imuniza contra rubéola, sarampo e caxumba. No ano passado, o Ministério da Saúde adquiriu 65 milhões de doses da vacina de febre amarela do Instituto Biomanguinhos/Fiocruz para distribuição a todos os estados do país e imunização da população. Para este ano, está prevista a compra de mais 48 milhões de doses. Para atender exclusivamente à demanda da campanha de fracionamento, o Ministério da Saúde distribuiu 19,4 milhões de doses da vacina de febre amarela aos estados do Rio de Janeiro (4,7 milhões), Bahia (300 mil) e São Paulo (10 milhões). Também foram enviadas 15 milhões de seringas aos estados, sendo 5,2 milhões para o Rio de Janeiro, 500 mil para a Bahia e 9,3 milhões para São Paulo.