Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Genebra apontaram para uma molécula que, identificada por um simples exame de sangue, pode permitir detectar um quadro de diabetes antes mesmo dos sintomas. O resultado da pesquisa foi publicado na revista científica Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism.
Silenciosa e sem cura, o diagnóstico precoce do diabetes é muito importante para o controle da doença. Dados da Federação Internacional de Diabetes indicam que 15,7 milhões de brasileiros viviam com diabetes em 2021. Projeções apontam que até 2030 esse número deve subir para 19,2 milhões.
Conforme publicou o G1, os suíços alertam que, se a doença for identificada no estágio anterior, chamado de pré-diabetes, o quadro pode ser revertido. E foi nesse estágio que eles focaram.
“Optamos por uma estratégia alternativa: encontrar uma molécula cujo níveis no sangue estariam associados à massa funcional dessas células beta para detectar indiretamente sua alteração na fase pré-diabetes, antes do aparecimento de qualquer sintoma”, explicou o professor Pirre Maechler, que liderou o estudo.
Milhares de moléculas em camundongos saudáveis, pré-diabéticos e diabéticos foram analisados num primeiro momento. Foi aí que os cientistas descobriram o 1,5-anidroglucitol, uma pequena molécula cuja diminuição no sangue indicaria uma deficiência em células beta.
O passo seguinte foi determinar a relevância em humanos. Eles compararam o nível de 1,5-anidroglucitol de pacientes com diabetes e pacientes saudáveis.
“Conseguimos observar uma diminuição desse açúcar [1,5-anidroglucitol] em pessoas com diabetes. Foi muito motivador, especialmente porque essa redução era observável independentemente dos sintomas e mesmo antes do início do diabetes”, explicou Cecilia Jiménez-Sanchez, pós-doutoranda do departamento de Fisiologia e Metabolismo Celular.
Os pesquisadores envolvidos acreditam que a descoberta abre novos caminhos para a prevenção da doença, particularmente em pessoas em risco. “Ainda estamos planejando testar a relevância dessa molécula em diferentes tipos de pacientes e em diferentes escalas de tempo, mas deve permitir grandes avanços no acompanhamento de pessoas em risco”, concluiu Maechler.