O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse na manhã desta segunda-feira (13) que o principal motivo para a sua saída do governo foi a falta de apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem parido) às medidas anticorrupção que ele queria tirar do papel.
Em entrevista à rádio Metrópole, o ex-juiz afirmou que, desde quando Bolsonaro manifestou a intenção de desmembrar o Ministério da Justiça e a Segurança Pública, no início do ano, o mandatário já começava seu movimento para derrubá-lo.
Segundo Moro, a intenção do presidente se concretizou com a sua suposta tentativa de interferir na Polícia Federal, quando teria buscado acesso a relatórios de inteligências e informações de investigações em curso, o que é proibido por lei. “Foi a gota d’água”, disse Moro, que pediu demissão do governo no dia 24 de abril
Na entrevista, o ex-juiz da Lava Jato em Curitiba também voltou a negar que tenha agido com parcialidade quando decidiu condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a 12 anos e um mês de prisão. Nessa ação da Lava Jato, o petista foi acusado de receber como propina da empreiteira OAS a promessa de um apartamento tríplex em Guarujá, no litoral de São Paulo.
“A defesa do presidente tenta colocar isso como se fosse algo pessoal. Tem uma gama de provas. Não houve nenhuma perseguição”, declarou Moro.