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Morre Zagallo aos 92 anos no Rio; Brasil perde uma de suas maiores lendas…

6 janeiro 2024 | 0:04

Foto: Divulgação

Morreu nesta sexta-feira (5/1), o ex-jogador e ex-técnico da Seleção Brasileira Mário Jorge Lobo Zagallo, aos 92 anos. Zagallo foi um dos maiores ícones do futebol brasileiro em todos os tempos.

A causa de seu falecimento foi a falência múltipla de órgãos, decorrente do agravamento de diversas comorbidades já existentes. O falecimento foi confirmado pela assessoria do ex-jogador, por meio das redes sociais.

“Um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas”, diz trecho do comunicado, publicado no início da madrugada deste sábado (6/1). A causa da morte não foi divulgada até a conclusão deste texto.

Zagallo participou de quatro das cinco Copas do Mundo vencidas pelo Brasil – os dois primeiros títulos como jogador (1958 e 1962), o terceiro como técnico (em 1970) e o quarto em 1994, como auxiliar-técnico de Carlos Alberto Parreira. A trajetória de Zagallo no futebol é muito rica.

Na primeira vez em que pisou no Maracanã, ele ainda não calçava chuteiras; usava botinas. Tinha 19 anos e era soldado da Polícia do Exército.

Na final da Copa do Mundo de 1950, teve a infelicidade de assistir à derrota do Brasil para o Uruguai da arquibancada — era um dos responsáveis pela segurança do estádio. De capacete, farda verde-oliva e cassetete na cintura, Zagallo foi um dos 199.854 espectadores que, na tarde de 16 de julho, viu, incrédulo, o ponta-direita Gigghia (1926-2015) desempatar o jogo, aos 34 do segundo tempo, e dar o título mundial à “Celeste Olímpica”.

O episódio entrou para a História como “Maracanazo”. “O silêncio era tão grande que, se uma mosca voasse por lá, ouviríamos seu zumbido”, costumava repetir o autor do segundo gol.

Quem também entrou para a História foi Mário Jorge Lobo Zagallo.

O “Velho Lobo” detém o título de ser o único tetracampeão do mundo em futebol. Ganhou duas Copas como jogador: a de 1958, na Suécia, e a de 1962, no Chile. Uma como treinador, de 1970, no México, e outra, de 1994, como coordenador técnico. Ainda treinou o Brasil nas Copas de 1974, na Alemanha Ocidental (quarto lugar); de 1998, na França (vice-campeão), e de 2006, na Alemanha (quinto lugar), como assistente técnico.

Em resumo: das 7 Copas que disputou, chegou à final de 5.

“Se tem uma palavra que define a trajetória do Zagallo, é determinação”, avalia o jornalista Vanderlei Borges, autor de Zagallo – Um Vencedor (1996), em parceria com Luiz Augusto Erthal. “Há uma dificuldade natural para dimensionar o nível de craque que o Zagallo foi. O fato de jogar ao lado de Pelé e Garrincha ofuscaria o brilho de qualquer outro que não tivesse a estatura dos gênios. Não seria diferente com Zagallo”.

Mário Jorge Lobo Zagallo nasceu em Atalaia, a 48 quilômetros de Maceió (AL), no dia 9 de agosto de 1931. Era ainda um bebê – tinha apenas oito meses – quando sua família se mudou para o Rio de Janeiro.

Nas ruas da Tijuca, bairro da Zona Norte, aprendeu o beabá do futebol: dar passes, driblar zagueiros e fazer gols. Habilidoso, ingressou, em 1947, no time infantil do América e, um ano depois, na equipe juvenil. Queria seguir os passos do pai, Aroldo Cardoso Zagallo, que chegou a vestir a camisa do CRB, de Alagoas.

O patriarca, porém, tinha outros planos para o caçula. Queria que o filho estudasse Contabilidade e, depois de formado, trabalhasse no escritório de representação da fábrica de tecidos de um tio alagoano. Aroldo só mudou de ideia depois de conversar com o primogênito, Fernando, que conseguiu convencê-lo a deixar o irmão seguir seu caminho no futebol.

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