Vivendo em Benalmádena, na província de Málaga, no sul do país, ela não podia sair na rua sozinha e usar o celular ou entrar nas redes sociais sem a permissão do marido. Ele ainda fazia checagens frequentes no telefone e filtrava qualquer contato seu com o mundo exterior, segundo relatos da polícia ao jornal ABC , que revelou o caso. Mas ela conseguiu esconder um bilhete com um pedido de ajuda em meio à lição de casa de seu filho de 8 anos. Nele, explicava sua situação e dava dados pessoais, inclusive seu endereço. A professora do menino achou o bilhete dentro de um livro e avisou a direção da escola, que entrou em contato com as autoridades e o Centro Municipal da Mulher de Benalmádena.
Para evitar riscos à mulher, foi elaborado um plano para investigar a denúncia sem levantar suspeitas. O casal foi convocado para ir à escola para uma suposta reunião sobre o filho. Quando chegaram à escola, o marido esperou do lado de fora, e ela entrou na sala. A mulher relatou aos policiais os maus tratos que estava sofrendo, descrevendo as agressões, inclusive uma ocasião em que o marido teria colocado fogo na cama para intimidá-la, e exibiu os vários hematomas que tinha pelo corpo. O homem foi detido ali mesmo, mas depois libertado sob a condição de se manter afastado a uma distância mínima da vítima e de usar uma pulseira eletrônica que informa à polícia se esta medida for descumprida. A mulher e seu filho estão recebendo assistência do Instituto Andaluz da Mulher, órgão governamental dedicado à promoção da igualdade de gênero.