O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento, que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização e de comportamento. Não se conhece a causa do autismo, mas, estudos em gêmeos Monozigóticos indicam que a desordem pode ser em parte, genética, porque tende a acontecer em ambos os indivíduos.
Em muitos casos, já existe possibilidade de detectar esta disfunção antes dos dois anos de idade. Segundo a ASA (Autism Society of American), indivíduos com autismo usualmente exibem pelo menos metade das características listadas a seguir:
– Dificuldade de relacionamento com outras pessoas;
– Riso inapropriado;
– Pouco ou nenhum contato visual;
– Aparente insensibilidade à dor;
– Preferência pela solidão; modos arredios;
– Rotação de objetos;
– Inapropriada fixação em objetos;
– Perceptível hiperatividade ou extrema inatividade;
– Ausência de resposta aos métodos normais de ensino;
– Insistência em repetição, resistência à mudança de rotina;
– Não tem real medo do perigo (consciência de situações que envolvam perigo);
– Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal) e estereotipias;
– Recusa colo ou afagos;
– Age como se estivesse surdo;
– Dificuldade em expressar necessidades – usa gesticulação e apontar no lugar de palavras;
– Acessos de raiva – demonstra extrema aflição sem razão aparente;
– Irregular habilidade motora – pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos.
É importante salientar que nem todos os indivíduos com autismo apresentam todos estes sintomas, porém a maioria dos sintomas pode estar presente nos primeiros anos de vida da criança, estes variam de leve a grave e em intensidade de sintoma para sintoma. Vale lembrar que a ocorrência desses sintomas não é determinista no diagnóstico do autismo, para tal, se faz necessário acompanhamento com psiquiatra infantil ou neuropediatra. Não existem exames laboratoriais ou de imagem que diagnostiquem o autismo, o diagnóstico é clínico, apenas através de observação.
Quais são os benefícios da Terapia Ocupacional para a criança com Autismo?
Quando falamos em Terapia Ocupacional Infantil, nos remetemos a três grandes áreas nas quais são de extrema importância na infância: AVDs (atividades da vida diária), atividades relacionadas ao trabalho escolar e o brincar. A criança aprende sobre o mundo quando interage com ele, usando as informações que lhe chegam pelos sentidos, essas interações se dão através do brincar, sendo este o principal recurso utilizado pela Terapeuta Ocupacional. O objetivo global da terapia ocupacional é ajudar a pessoa com autismo a melhorar a qualidade de vida em casa e na escola. O terapeuta ajuda a introduzir, manter e melhorar as habilidades para que as pessoas com autismo possam chegar à independência.
Estas são algumas das habilidades que a terapia ocupacional pode promover:
• Habilidades da vida diária, tais como o treinamento do toalete, vestir-se, escovar os dentes, pentear cabelos, calçar sapatos, e outras habilidades de preparação;
• Habilidades motoras finas necessárias para a realização de caligrafia ou cortar com uma tesoura;
• Habilidades motoras utilizadas para andar de bicicleta;
• O sentar adequado, percepção de competências, tais como dizer as diferenças entre cores, formas e tamanhos;
• Consciência corporal e sua relação com os outros;
• Habilidades visuais para leitura e escrita;
• Brincar funcional, resolução de problemas e habilidades sociais;
• Integração dos sentidos, realizado através da abordagem de integração sensorial com objetivo de diminuição de estereotipias;
Ao trabalhar sobre essas habilidades durante a terapia ocupacional, uma criança com autismo pode ser capaz de:
• Desenvolver relacionamentos com seus pares e adultos;
• Aprender a se concentrar em tarefas;
• Expressar sentimentos em formas mais adequadas;
• Envolver-se em jogo com os pares;
• Aprender a se auto-regular;
• Realizar atividades mais refinadas como: escovar dentes, lar laço, vestir-se etc.
• Independência;
• Aprendizagem;
• Autoconfiança;
Enfim, um objetivo de extrema relevância da Terapia Ocupacional é orientar as Famílias, bem como professores e demais profissionais que precisam de ajuda para compreender e sabe lidar com crianças portadoras de autismo, para que estas se desenvolvam e consigam interagir nos ambientes que frequentam e com as pessoas com as quais convive.
Fonte: http://terapiaoculpacional.blogspot.com.br/2011/08/autismo-e-intervencao-da-terapia.html