A relação de Sergio Moro (Justiça) e Jair Bolsonaro já terminou desde o ano passado, e é zero a confiança entre os dois, avaliam integrantes da cúpula da Polícia Federal, informa a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo. Segundo a publicação, por defenderem posições antagônicas sobre o isolamento social, eles se afastaram ainda mais na crise do novo coronavírus.
Desde então, diretores passaram a falar que o presidente daria um jeito de aproveitar o momento para forçar a saída do ministro. A demissão de Luiz Henrique Mandetta fez escalar a percepção.
De acordo com a coluna, a queda de Mandetta foi tratada na cúpula da PF como simbólica, já que o ex-ministro tinha 70% de aprovação, segundo a última pesquisa Datafolha. Conforme relatos, os diretores passaram a tratar o caso como o precedente perfeito: o presidente conseguira demitir um auxiliar popular sem grandes consequências políticas.
Bolsonaro deu como definitiva a decisão em conversa com Moro no Planalto na manhã de quinta (23). Maurício Valeixo, diretor-geral da PF foi avisado e, em seguida, entrou em reunião com superintendentes. No encontro virtual, ele falou, nas entrelinhas, sobre o assunto.