O pesquisador paraibano Eduardo Chianca foi condenado há seis anos e meio de prisão por tráfico de drogas na Rússia, onde está preso há nove meses. Chianca foi detido em agosto de 2016 por levar na bagagem quatro garrafas de ayahuasca, chá alucinógeno usado para terapia e alguns rituais religiosos. A informação é do G1PE. Segundo o Itamaraty, o órgão analisa medidas para que Chianca seja transferido para o prisão, onde cumpriria a sentença determinada pelas autoridades russas. “A Embaixada em Moscou continuará a prestar ao senhor Chianca Rocha toda a assistência consular cabível ao longo do período em que permanecer detido na Rússia”, diz em nota.
A mulher de Chianca, Patrícia Alves, afirma que a família ficou aliviada com a pena, considerando que na Rússia há um rigor muito grande em casos do tipo. Mesmo assim, havia expectativa da absolvição. “O juiz foi altamente complacente em dar essa penalidade porque esperávamos algo próximo a 17 anos de prisão ou, até, perpétua”, diz. A defesa vai recorrer. “Expectativa é muito grande para que ele retorne para o Brasil. Essa será a segunda parte do milagre. Tivemos um apoio maravilhoso das autoridades brasileiras e está nas mãos do Brasil trazer Chianca para casa”, acredita a esposa.
O professor foi preso porque na bebida é encontrada a substância dimetiltriptamina (DMT), ilegal na Rússia, mesmo sendo aprovada no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A DMT é o princípio ativo da ayahuasca e utilizada nos rituais do Santo Daime e da Jurema. Chianca viajou para a Rússia a convite de estudiosos – faria palestra ainda na Ucrânia, Suíça, Holanda e Espanha antes de voltar ao Brasil. Formado em engenharia eletrônica, ele abandonou carreira na área e se dedica a terapias holísticas. Uma técnica que desenvolveu em 2006 fez com que passasse a ser conhecido inclusive fora do país. Batizada de Frequência de Luz, ela faz diagnósticos a partir da leitura de chacras.