O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), chegou a chorar, nesta terça-feira (21), ao afirmar que a capital do Amazonas vive estado de calamidade pública. Só no município, são 1.664 casos – o número é maior do que o total registrado em todo estado da Bahia, por exemplo -, além de 156 mortes pela infecção causada pelo novo coronavírus.
O Amazonas tem 90% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) já preenchidos. Com semblante abatido, ele criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por ter participado de ato pró-ditadura.
“Não podia deixar de condenar o presidente participar de um comício, aglomerando, e ainda por cima tecendo loas a essa coisa absurda que foi o AI-5. Cassou meu pai, Mário Covas, pessoas acima de quaisquer suspeitas, e que serviam o país. Tomara que ele assuma as funções de verdadeiro presidente da República. Uma delas é respeitar os coveiros”.
O prefeito de Manaus lembrou das orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto às medidas de isolamento social. “É de extremo mau gosto o presidente participar de um comício, insistentemente contrariando a OMS e os esforços que fazem governadores e prefeitos. Bolsonaro toca diariamente nas minhas feridas.”
Virgílio se reuniu, ontem, com o vice-presidente, Hamilton Mourão, para apresentar as demandas da cidade na pandemia.