Em meio ao escândalo após vazamento de áudio no qual o ministro Milton Ribeiro admite favorecer líderes religiosos com recursos do Ministério da Educação (MEC) a pedido do presidente Jair Bolsonaro, um prefeito do Maranhão acusou um pastor de pedir propina para destravar verba da pasta para o município.
Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, o prefeito da cidade de Luis Domingues, Gilberto Braga (PSDB), relatou que o pastor Arilton Moura pediu 1 kg de ouro para liberar recursos do MEC, mesmo não tendo cargos no governo federal.
“Para mim, como a minha região era área de mineração, ele pediu 1 quilo de ouro”, contou prefeito. “Ele [Arilton] disse: ‘Traz um quilo de ouro para mim’. Eu fiquei calado. Não disse nem que sim nem que não”, acrescentou Braga, alegando que não deu prosseguimento ao assunto depois da proposta.
“O negócio estava tão normal lá que ele não pediu segredo, ele falou no meio de todo mundo. Inclusive, tinha outros prefeitos do Pará. Ele disse: ‘Olha, para esse daqui eu já mandei tantos milhões, para outro, tantos milhões’”, lembrou o gestor municipal, segundo o qual o pastor cobrava uma espécie de taxa no valor de R$ 15 mil para protocolar pedidos junto ao MEC.
Gilberto Braga afirmou que o pedido de propina teria ocorrido no mês de abril de 2021, em um restaurante em Brasília, na presença de políticos. A negociação irregular também foi confirmada à Folha de S. Paulo por outras duas pessoas presentes no encontro.